Entre o Medo e a Petulância.
Texto de Luiz Domingues.
Vivemos
tempos difíceis em termos de educação; cultura e cidadania, e seus múltiplos
desdobramentos.
As razões
para que tenhamos chegado nesse estágio triste, são muitas.
Superpopulação
gerando desafios incalculáveis para a sociedade gerir infraestrutura, explica de forma generalizada a questão, e
tal repercussão chega na óbvia conclusão de que a educação não consegue dar
conta, tanto em termos de pedagogia escolar, quanto na educação familiar.
Com o
colapso que presenciamos, fica inevitável a comparação com tempos remotos, onde
o grau de educação, e tolerância social, eram maiores.
De fato,
basta andarmos nas ruas; lermos as notícias na mídia; ou vermos o bombardeio no
jornalismo televisivo / radiofônico e pela Internet, para verificarmos que
vivemos tempos de uma inversão total de valores.
É
impressionante observarmos que a truculência atual dos jovens, mesmo em tenra
idade, vem a reboque do desrespeito absoluto às pessoas mais velhas; seja
dentro do seio familiar, sejam nas relações educacionais formais, e no âmbito
geral da sociedade, esbarrando na absoluta falta de comprometimento com regras
básicas de convívio social.
A absoluta
decadência da educação formal pública, acompanha a escalada da invasão da
subcultura e da anticultura, perpetrada por marqueteiros que defendem
interesses escusos no amplo domínio da difusão cultural, isso é um fato,
portanto, anexa-se como adendo triste, certamente.
Agora, se o
panorama é tétrico e qualquer pessoa de bem não pode compactuar com a ideia de
jovens agredindo; humilhando e ameaçando professores em sala de aula, muitas
vezes armados dentro do ambiente escolar, por outro lado, penso que
radicalismos de extrema direita, clamando por volta de opressão de cunho
medieval, não é o melhor caminho para colocar o mundo em “ordem”.
Devemos
caminhar para a frente e não para trás, a grosso modo.
Trazer de
volta uma educação espartana, baseada no medo; na ameaça de punição; na
aniquilação absoluta do senso crítico, gerando cidadãos meramente obedientes e
facilmente manipulados pelos poderosos de plantão, para lhes servirem como
funcionários operacionais e consumidores a lhes dar dinheiro, sistematicamente,
não é aceitável.
Não quero
viver na Idade Média, tampouco na Antiguidade, quero um mundo contemporâneo, do
século XXI, vivendo a revolução tecnológica total e pensando na construção de
um mundo que equalize suas demandas por sustentabilidade.
Portanto,
penso que devemos pensar num ponto de equilíbrio na questão educacional onde
possamos estancar a decadência total perpetrada pela mentalidade imposta da
anticultura, porém, sem necessariamente trazer valores antiquados e decorrentes
de metodologia baseada na extinção do senso crítico do ser humano, condicionando-o
à um ser apático e bovino.
Entre o
petulante maloqueiro que ameaça o professor com uma faca na sala de aulas, e o
professor carrasco que impõe respeito pela tortura psicológica e/ou física
propriamente dita, nossa obrigação é buscar um ponto de equilíbrio na pedagogia
moderna.
A resposta é
a confiança mútua sendo estabelecida.
E nesse
contexto, todos temos que colaborar. O
governo, com a boa vontade política de investir maciçamente na educação; os
difusores culturais no sentido de reverem a sua estratégia vergonhosa de manter
monopólio e pior que isso, incentivar a anticultura visando apenas o seu lucro
fácil, sem medir o estrago educacional que estão gerando com tal atitude; e a
sociedade em geral, buscando dias melhores, amenizando a convivência social que
nesse caos, tende a explodir, tamanha a pressão crescente que faz com a
situação atual seja semelhante à uma ampola de nitroglicerina sendo colocada na
boca acesa de um fogão.
Assunto super importante, além de tudo o que foi colocado no texto, fata os pais participarem com total interesse na educação de seus filhos, uma boa parta está ausente na criação de seus rebentos. Precisa cuidar do ensino fundamental e médio, não adianta "empurrar com a barriga", facilitar o acesso a faculdades de fundo de quintal, sem ter um conhecimento basie, não adianta em nada. É necessário uma boa reforma, para todos os envolvidos, pais, mestres, alunos, governo. Perdeu-se o fio da meada.
ResponderExcluirTrata-se de um círculo vicioso. Pais ignorantes que não receberam educação dos avós e nem das instituições de ensino, só podem criar filhos nas mesmas condições e isso vai se perpetuando.
ExcluirÉ preciso parar tudo e mudar radicalmente a mentalidade, buscando um investimento maciço em educação para quem sabe daqui há trinta anos, tenhamos uma geração nova surgindo com novos parâmetros.
Grato por ler e comentar !!
Ah..assunto totalmente polêmico, pois as escolas não tem estrutura nem cultural mais para encarar o problema de frente...nem a escola, nem os professores, nem pais de alunos!!! A triste verdade é que a educação, no sentido real da palavra foi relegada a último plano, pelo menos no nosso país...
ResponderExcluirPor conta disso que observou, Christine, é que o Brasil está no atraso total !!
ExcluirGrato por ler e comentar !!
É PRECISO DE REFORMAS, DE CIMA PARA BAIXO, E VICE VERSA, NÃO ADIANTA OS PAIS NÃO EDUCAREM SEUS FILHOS E EMPURRAREM A RESPONSABILIDADE PARA A ESCOLA; O ESTADO É RESPONSÁVEL SIM, PORÉM NÃO DEVEMOS DEPENDÊ-LO E SIM FAZERMOS ALGUMA COISA, A SITUAÇÃO É MUITO CRÍTICA... DÁ TRABALHO E LEVA TEMPO, QUEM SABE NOSSOS BISNETOS TERÃO UMA GERAÇÃO DE VIDA DE QUALIDADE, QUEM SABE NÃO. É PRECISO SER GUERREIRO, SENÃO PESSIMISTA. ME DÓI BASTANTE ESTA SITUAÇÃO, HÁ MUITO MAIS COISAS, SITUAÇÕES, FATOS OCORRENDO NO MUNDO, TÃO SUJO E CRUEL COM A LIDERANÇA: O PODER. CHEGA! SENÃO VOU FALAR DEMAIS, E DISCURSAR...
ResponderExcluirExatamente, Consuelo !
ExcluirEnquanto o governo não investir pesadamente em educação, não há como este país crescer de fato.
Somos um povo analfabeto institucional, emocional e cultural.
Grato por ler e comentar !
Ah, Luiz, se todos fossem iguais a você, que maravilha viver.... Beijinho, Cida Cunha
ResponderExcluirEstamos num caminho sem volta. O Governo continua esbanjando dinheiro (vide a reportagem que a Presidenta foi para Paris com a comitiva de 900 pessoas e ficaram em hotéis luxuosos) e pra educação quase nada... infelizmente!
ResponderExcluir