segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Chip nos Carros : George Orwell Tinha razão ?

Texto de Luiz Domingues. Chip nos Carros : George Orwell Tinha razão ?   Em 1948, o escritor George Orwell lançou um impressionante livro denominado "1984", onde num exercício futurista mezzo Sci-Fi, mezzo sócio-política extremista, imaginou uma sociedade completamente dominada por um poder central e abolutamente controlador, vigiando de forma implacável todos os cidadãos. Era o olho controlador do "Big Brother", que reduzia a privacidade à zero, tornando as pessoas escravizadas por um sistema opressor. Claro, metáfora de sistemas políticos totalitários, onde o ser humano seria reduzido à uma mera peça de uma engrenagem. O livro teve sucesso retumbante, abrindo caminho para muitas teses, tratados acadêmicos, filmes, peças teatrais etc. E infelizmente também para distorções, como a criação de um ridículo "reality show" de TV, banalizando o conceito original da obra de Orwell. Partindo para o campo realista das realizações oficiais, estamos prestes a nos depararmos com mais uma velada forma de controle, inibindo a nossa cada vez menor privacidade. Segundo uma nova resolução, já aprovada e confirmada para entrar em vigor a partir de julho de 2013, todos os carros zero KM deverão sair com um sistema de monitoramento mediante chip e até 2014, todos os carros usados deverão se adequar à nova norma. Sem dúvida que existe toda uma justificativa por parte das autoridades para que tal medida ser aprovada. A ideia é aumentar o grau de segurança para os proprietários no tocante à questão de furtos e roubos. A reboque, seria uma maneira de ajudar a inteligência policial também, pois seria um controle interessante para detectar a ação de criminosos. Claro, que cidadão de bem não concorda com esse tipo de dispositivo de forte efeito colaborativo ? Só que existem outras implicações que são invasivas e opressivas, também. Mediante os chips, os orgãos responsáveis pelo trânsito, teriam o controle absoluto sobre as condições de cada carro. É lógico que com esse tipo de dispositivo, irregularidades na documentação dos veículos e infrações cometidas, ficariam expostas de maneira irrefutável, dispensando até a existência dos agentes de trânsito e seus indefectíveis bloquinhos de multas, pelas esquinas. Até aí, o cidadão de bem que respeita as leis do trânsito e mantém seus tributos em dia, nada tem a temer, contudo, a pergunta é : Até que ponto é ético ter esse tipo de monitoramento ? Não é assustador ser vigiado o tempo todo ? Que garantias o cidadão terá de que esses dados estarão seguros e serão exclusivamente usados de forma técnica, visando apenas a segurança no trânsito e no resguardo do patrimônio, num esforço anti-criminalidade ? Saber onde vou, quanto tempo fico em cada lugar, onde estaciono, por quais vias circulo... Será que é por aí que a sociedade deve caminhar ?

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Legado Bom de Schwarzenegger.

O Legado Bom de Schwarzenegger. Texto de Luiz Domingues.   Quem não conhece Arnold Schwarzenegger ? O truculento ator de tantos filmes de ação, ex-fisiculturista e com carreira também na política, tem um séquito de fãs ardorosos e também muitos detratores. Como ator, seu desempenho faz o nariz de um crítico mais sensível torcer de forma negativa, mas também faz com que os produtores do cinema Blockbuster de entretenimento de massa, esfreguem as mãos de euforia diante dos lucros colossais que seus filmes proporcionam. Há de se destacar que ele tem senso de humor e brincando com sua fama de ator canastrão, também protagonizou comédias absurdas, rindo de si próprio ao ridicularizar seu porte físico exposto à situações antagônicas à natureza, como por exemplo ficar "grávido", ou ter um irmão gêmeo anão e até ir parar numa escola de educação infantil e ser atormentado por crianças pequenas. Mas o que causou mais espanto, foi quando enveredou pela política e num salto astronômico que só pensávamos existir no Brasil, tornou-se governador do mais rico estado americano, a Califórnia. Equivaleria dizer que um belo dia, acordássemos com a notícia que o Tiririca se tornou governador de São Paulo, o que aliás, pensando bem no comportamento padrão do eleitor brasileiro, não seria tão surpreendente assim... Em princípio, o governador Arnold Schwarzenegger iniciou seu mandato com medidas truculentas, bem ao estilo de seus personagens clássicos do cinema, o que lhe rendeu o apelido de "Governator", um trocadilho que brincava com um de seus personagens mais famosos, o andróide assassino do filme "Terminator". Republicano de carteirinha (apesar de ser casado na época com uma fervorosa democrata e sobrinha do ex-presidente John F. Kennedy), Schwarzenegger gostava de fazer comícios empunhando uma vassoura (será que o Conan conheceu Janio Quadros ??), onde dizia estar varrendo os democratas da Califórnia... Brincadeiras à parte (com a ressalva de que a estória da vassoura é verdadeira), o musculoso governador fez uma ação digna de aplausos e que não beneficiará apenas o estado da Califórnia, mas certamente todo o planeta. No ano de 2004, o "governator" lançou um plebiscito popular, visando a aprovação de uma verba estadual bilionária a ser gasta com pesquisas das células-tronco. O montante foi de 3 bilhões de dólares e convenhamos, é muito dinheiro até para os padrões de um país de primeiro mundo. O povo respondeu favorável à ideia e dessa forma, foi criado na Califórnia , o CIRM (California Institute for Regenerative Medicine). Em recente visita à São Paulo, o presidente do CIRM, Dr. Alan Trouston discursou no Congresso Brasileiro de Células-tronco e Terapia Celular, trazendo perspectivas fantásticas das pesquisas realizadas. Segundo o Dr. Trouston, o CIRM já está em fase de testes clínicos realizados em seres humanos, avançando decisivamente para resultados positivos em termos de cura de doenças degenerativas, autoimunes, genéticas, Aids e cegueira. Segundo suas palavras : "O que está por vir, é fantástico !" Um dos objetivos do Dr. Trouston em São Paulo, foi convidar cientistas brasileiros a compartilhar suas pesquisas e decobertas com o CIRM, meta que tem buscado em diversos outros países do mundo. Portanto, estamos diante de um momento histórico para a humanidade, onde o avanço científico da medicina será extraordinário. Mais que Conan, Terminator e tantos outros personagens de ação que imortalizou no cinema, Arnold Schwarzenegger nos deixa um legado inesquecível, com essa iniciativa humanitária sem precedentes.