terça-feira, 21 de junho de 2011

"Lixo Musical Deriva do Lixo Educacional"

Você liga o rádio e quase todas as estações estão tocando música de baixa qualidade. Na programação das TV's abertas, o fenômeno se repete e agora se espalha também pelos canais pagos, sob a justificativa de que uma nova classe C emergente surgiu e começou a acessar esse tipo de serviço (e que fique muito claro que eu sou a favor da inclusão social e ascensão das classes menos favorecidas à condições melhores sócio-econômicas, não é esse o ponto que critico).
Então, vai se acostumando com a ideia de que isso é tendência normal, já que a audiência é que dita a grade de tais veículos.

Agora, o que tem em comum os veículos de comunicação neste país ? Quase todas as emissoras estão nas mãos de políticos, ou seja, os mesmos que nada fazem, seja no legislativo ou executivo, para melhorar as condições da educação e cultura no Brasil.

Coincidência ?
O fato de termos um nivel educacional péssimo e baixíssimos investimentos na cultura, naturalmente gera uma consequência e dela se aproveitam, pois usando a ignorância como desculpa, difundem essa subcultura musical ad nauseam em suas estações, causando esse estrago conhecido e enchendo seus bolsos com essa venda de lixo.

Sendo assim, como esperar que esse panorama melhore ? Choramingar espaços para artistas injustiçados que a despeito de seu talento e qualidade nunca irão tocar nas rádios e que jamais aparecerão no "Faustão", é perda de tempo.
Por que abririam espaço para artistas que o povo "não quer ver" ? A desculpa mercadológica está na ponta da lingua...
E em se tratando de empresas comerciais que visam lucros, como podemos exigir que tirem de sua programação o lixo que exibem para colocar artistas de proposta "antipopular", que lhes diminuam a audiência e consequentemente os façam perder patrocinadores ?

O povo quer "pão e circo"...isso parece ser um preceito bem antigo que eles não ousam mudar, não é ?

Então, surge a ideia de criar fomentos para estimular a cultura e através de isenção de impostos , empresas podem patrocinar artistas de todos os ramos. Esse tipo de dispositivo é genial, desde que cumprisse sua função isento de falcatruas, mas não é o que observamos.

Em países como a Suécia, por exemplo, esse tipo de Lei funciona muito bem. Uma banda de Rock iniciante, por exemplo, pode usar desse incentivo para fazer um show bem produzido, com equipamento, estrutura e divulgação profissionais. Mas a diferença, é que isso é feito uma única vez e dali em diante, que aproveite bem a chance e alavanque sua carreira. Aqui, certas máfias do Planalto Central promovem tours o ano inteiro sempre com as mesmas bandas da quadrilha, por anos a fio e usando os recursos da Lei Rouanet...

Então meus amigos, a questão da baixíssima qualidade da música que é massacradamente difundida ao povo, é fruto de um diabólico esquema, onde todos saímos perdendo, até os engravatadinhos que lucram com esse lixo, pois acabam uma hora ou outra, pagando na própria pele com a violência urbana, vítimas de algum facínora que eles mesmo criaram, ao não lhe proporcionar educação de qualidade, acesso à cultura e oportunidade de ascensão sócio-econômica.

Como esperar que um dessassistido desses, possa gostar de ouvir Beethoven, Milton Nascimento, Cole Porter, Yes ou qualquer artista de diferentes vertentes que se propuseram a fazer arte de qualidade superior, se seu cérebro não se desenvolveu, graças à subnutrição, violência, miséria e analfabetismo ?
E dá-lhe "funk batidão", com o nível de letras e insinuações que ele consegue entender e se identificar.

Por isso, não critico artistas que fazem o pseudo-funk dos morros do Rio, axé music, duplas sertanejas, pagode , forró e o pop-rock empobrecido da atualidade, pois eles estão na deles e correm atrás de seu sonho de serem ricos e famosos na música.

Os grandes vilões desse estrato de baixo nível, são os que exploram a miséria educacional e cultural deste país e que invariavelmente, são os mesmos responsáveis pela educação e cultura oficial...

A bolacha vende mais porque é mais fresquinha ou está sempre fresquinha porque vende mais ? Esse bordão publicitário que fez muito sucesso décadas atrás, parece se encaixar nessa questão.


Texto do Blogueiro Luiz Antônio Domingues.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Mais cartilhas, Mais deslizes...".

Como se não bastasse a polêmica envolvendo a cartilha que o MEC aprovou, onde o ensino do português com erros gramaticais é tolerado sob alegações estapafúrdias, eis que o Ministério nos brinda com mais aberrações.

Ganhou manchetes nos últimos dias a cartilha que o MEC havia aprovado e a presidente Dilma vetou no último estertor, onde se fazia apologia ao homossexualismo e seria destinada às crianças e adolescentes do ensino fundamental.

Que a homofobia deve ser extirpada, não resta dúvida. Nenhum cidadão deve ser discriminado pela sua opção sexual. Pessoas sendo violentamente atacadas e humilhadas pelas ruas, por conta de suas opções sexuais, não tem cabimento, na mesma medida de outros tipos de discriminações, tais como raça, classe social, ideologia política , religião e por que não (?), time de futebol. E é bom salientar também que a "heterofobia" deve ser combatida na mesma medida.
Vamos partir do princípio de que numa sociedade democrática e plural, todo cidadão tem que ter sua integridade física e psicológica preservada. Isso é ponto pacífico.

Agora, daí a lançar uma cartilha oficial, estimulando o homossexualismo como uma bandeira, tem uma grande diferença. E esse foi o erro do MEC ao dar carta branca para que uma ONG de militantes gays produzissem o material, comprometido com essa visão de "causa" que eles tem sobre a homossexualidade.

A pressão exercida por grupos religiosos, notadamente a Igreja Católica e as diversas denominações evangélicas, foi determinante para fazer a presidente Dilma recuar.
Mesmo não compactuando com essa posição dogmática das religiões e seus padrões moralistas medievais, no caso dos católicos e da antiguidade judaica , para os evangélicos , eu me posiciono contra a cartilha por ter esse caráter de apologia e nesse caso, a cartilha não cumpre o seu dever de combater o preconceito, mas faz propaganda de algo que não deve ser institucionalizado como padrão, mas ser meramente optativo e de forum íntimo.


Contudo, o MEC está se esmerando em produzir barbaridades pedagógicas e não parou por aí. Mais uma cartilha absurda foi aprovada e distribuida, desta feita em escolas rurais e certamente por isso, não despertou tanto a atenção da mídia e da opinião pública.
A cartilha em questão se chama: "Coleção escola ativa". Trata-se de uma cartilha de matemática, onde curiosos resultados de operações básicas são registrados como corretos, de forma incompreensível para nós pobres mortais cartesianos...

Quando simples operações de subtração apresentam esses resultados : 10 -7 = 4 ou 16 - 8 = 6, alguém pode explicar o sentido desse tipo de pedagogia ?

Por favor não me venham criticos modernos com aquelas explicações "indies" sobre desconstrução, neo-isso, pós-aquilo, niilismo, fim da lógica e outras baboseiras supostamente avant-garde, pois diante de fatos, não há argumentos e nesse caso, subverter a lógica da aritmética parece mais uma imbecilidade a serviço do retrocesso educacional neste país.

Mais uma contribuição do blogueiro Luiz Antônio Domingues.