Caos Portuário, texto de Luiz Domingues.
O Brasil entrou numa fase de prosperidade sem precedentes em sua história, quando deu seu primeiro passo nesse sentido ainda nos anos noventa, controlando a infame inflação que o assolava há décadas.
Claro, não podemos deixar de considerar que aspectos políticos contribuiram nesse sentido. O simples fato de voltar a promover eleições presidenciais livres, fora importante cinco anos antes, apesar do povo ter se deixado levar por falsa propaganda e ter eleito um candidato inadequado.
Ok, democracia é assim mesmo, demora muito para maturar e segue a toada da tentativa e erro.
Mas sem dúvida que esses fatores foram importantes para que já na segunda metade dos anos 2000, sinais animadores deixassem o país visível aos olhos do mundo.
Atravessando a grande crise de 2008, "quase" incólume, o Brasil virou a "bola da vez" em muitos aspectos, da política sócio-financeira aos índices de progresso, em vários níveis.
Só que nos seus meandros, o Brasil progressista que passou a encantar o mundo pelo seu salto rumo ao primeiro mundo, escondia de si mesmo, outra realidade.
A absoluta falta de infraestrutura em setores vitais da economia, revelava-se diametralmente oposta à euforia gerada pelos observadores internacionais.
Só quando a proximidade de grandes eventos de âmbito mundiais avistaram-se, foi que perceberam que portos e aeroportos brasileiros, são de quinta categoria, entre outras coisas.
No tocante aos portos em específico, a situação é dramática e faz tempo.
O assunto só veio à baila neste momento, por dois motivos :
1) A proximidade da Copa do Mundo e Olimpíadas e;
2) A visão estarrecedora da gigantesca fila de caminhões parados no porto de Santos, revelando a falta de organização e por conseguinte, a enorme quantidade de dinheiro jogado no lixo, e outra montanha que se deixa de ganhar, por tal ineficiência.
Qual a razão, ou razões para essa situação ter chegado nesse ponto vergonhoso ?
Bem, são muitas as razões, mas o fator burocrático, é um dos maiores vilões nesse sentido.
Um exemplo ?
Quando um contêiner chega ao porto para exportação, contendo commodities, por exemplo, não consegue embarcar rumo ao seu destino, em menos de 13 dias.
O motivo ? Burocracia massacrante, onde é preciso apresentar cerca de 200 documentos (pasmem !!), para a liberação e alguns desses, são conflitantes entre si, deixando o exportador completamente louco.
Em Cingapura, esse trâmite burocrático leva um dia e nos Estados Unidos, dois...
Então, some-se à esse fato, que o processo inverso também é infernal, ou seja, navios estrangeiros que aqui chegam, podem ficar até 15 dias esperando autorização para atracar...
Isso espelha bem o caos que essa logística ou antilogística, causa ao país.
Fora essa questão, observa-se também a falta de investimentos na modernização dos portos. Com espaço físico reduzido, ineficiente conexão ferroviária e páteos de estacionamentos minúsculos, não é de se estranhar que filas inacreditáveis de caminhões fechem, literalmente, as estradas que dão acesso ao cais.
Outro fator surpreendente e inadmissível num mundo moderno e informatizado, é que 90% dessa burocracia ou "burrocracia", como queiram, esbarra na falta de comunicação "on line" entre orgãos reguladores e fiscalizadores.
Como aspirar estar no primeiro mundo, sem repartições públicas 100% informatizadas e com funcionários bem treinados e motivados ?
Não é óbvio que a morosidade seja medieval, sem tais providências ?
A lição é muito clara : Estar entre as maiores potências econômicas do planeta é motivo de orgulho, mas investir em infraestrutura é vital para que de fato possamos ser considerados um país de 1° Mundo.
E por enquanto, o Brasil parece ainda estar no tempo do Império, em muitos aspectos.
O Brasil entrou numa fase de prosperidade sem precedentes em sua história, quando deu seu primeiro passo nesse sentido ainda nos anos noventa, controlando a infame inflação que o assolava há décadas.
Claro, não podemos deixar de considerar que aspectos políticos contribuiram nesse sentido. O simples fato de voltar a promover eleições presidenciais livres, fora importante cinco anos antes, apesar do povo ter se deixado levar por falsa propaganda e ter eleito um candidato inadequado.
Ok, democracia é assim mesmo, demora muito para maturar e segue a toada da tentativa e erro.
Mas sem dúvida que esses fatores foram importantes para que já na segunda metade dos anos 2000, sinais animadores deixassem o país visível aos olhos do mundo.
Atravessando a grande crise de 2008, "quase" incólume, o Brasil virou a "bola da vez" em muitos aspectos, da política sócio-financeira aos índices de progresso, em vários níveis.
Só que nos seus meandros, o Brasil progressista que passou a encantar o mundo pelo seu salto rumo ao primeiro mundo, escondia de si mesmo, outra realidade.
A absoluta falta de infraestrutura em setores vitais da economia, revelava-se diametralmente oposta à euforia gerada pelos observadores internacionais.
Só quando a proximidade de grandes eventos de âmbito mundiais avistaram-se, foi que perceberam que portos e aeroportos brasileiros, são de quinta categoria, entre outras coisas.
No tocante aos portos em específico, a situação é dramática e faz tempo.
O assunto só veio à baila neste momento, por dois motivos :
1) A proximidade da Copa do Mundo e Olimpíadas e;
2) A visão estarrecedora da gigantesca fila de caminhões parados no porto de Santos, revelando a falta de organização e por conseguinte, a enorme quantidade de dinheiro jogado no lixo, e outra montanha que se deixa de ganhar, por tal ineficiência.
Qual a razão, ou razões para essa situação ter chegado nesse ponto vergonhoso ?
Bem, são muitas as razões, mas o fator burocrático, é um dos maiores vilões nesse sentido.
Um exemplo ?
Quando um contêiner chega ao porto para exportação, contendo commodities, por exemplo, não consegue embarcar rumo ao seu destino, em menos de 13 dias.
O motivo ? Burocracia massacrante, onde é preciso apresentar cerca de 200 documentos (pasmem !!), para a liberação e alguns desses, são conflitantes entre si, deixando o exportador completamente louco.
Em Cingapura, esse trâmite burocrático leva um dia e nos Estados Unidos, dois...
Então, some-se à esse fato, que o processo inverso também é infernal, ou seja, navios estrangeiros que aqui chegam, podem ficar até 15 dias esperando autorização para atracar...
Isso espelha bem o caos que essa logística ou antilogística, causa ao país.
Fora essa questão, observa-se também a falta de investimentos na modernização dos portos. Com espaço físico reduzido, ineficiente conexão ferroviária e páteos de estacionamentos minúsculos, não é de se estranhar que filas inacreditáveis de caminhões fechem, literalmente, as estradas que dão acesso ao cais.
Outro fator surpreendente e inadmissível num mundo moderno e informatizado, é que 90% dessa burocracia ou "burrocracia", como queiram, esbarra na falta de comunicação "on line" entre orgãos reguladores e fiscalizadores.
Como aspirar estar no primeiro mundo, sem repartições públicas 100% informatizadas e com funcionários bem treinados e motivados ?
Não é óbvio que a morosidade seja medieval, sem tais providências ?
A lição é muito clara : Estar entre as maiores potências econômicas do planeta é motivo de orgulho, mas investir em infraestrutura é vital para que de fato possamos ser considerados um país de 1° Mundo.
E por enquanto, o Brasil parece ainda estar no tempo do Império, em muitos aspectos.
Concordo plenamente Luiz. Em poucas palavras, você falou tudo!
ResponderExcluirParabéns por mais uma matéria esclarecedora.
Abraço!
Obrigado pelo apoio, Bete !
ExcluirAcho que a situação da infraestrutura portuária brasileira carece de investimentos pesados para ontem, e se possível, anteontem...
Abraço e obrigado por ler e comentar !!