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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Lixo nas Ruas, Reflexo de um Povo.
Lixo nas Ruas, Reflexo de um Povo.
Texto de Luiz Domingues.
Um dos piores costumes que assolam o Brasil, praticamente desde a sua fundação é a mentalidade inacreditável das pessoas em jogar lixo nas ruas.
Sempre que vejo um cidadão se livrar de qualquer objeto que tenha à mão, simplesmente jogando-o sobre a calçada ou na rua, fico me perguntando como pode achar normal uma barbaridade desse porte ?
Muitos usam a cômoda desculpa de que o poder público não providencia lixeiras suficientes ou simplesmente não cuida das poucas disponíveis, que estão quase sempre transbordando, imundas e com o lixo excedente espalhado pelo chão.
Sim, muitas vezes isso acontece e acrescento o fato de que a varrição das vias públicas deixa muito a desejar, pelas autoridades municipais.
Todavia, ainda penso que se o cidadão não encontra uma lixeira próxima para depositar seu lixo, em algum momento vai encontrar uma disponível ou mesmo utilizar esse serviço num estabelecimento comercial ou mesmo carregar até à sua própria residência (por que não ?), dispensando-o no seu lixo doméstico.
A desculpa esfarrapada de que um papelzinho de bala, por menor que seja, não está causando um dano ambiental, é inadmissível, claro.
No Brasil, é comum jogar de tudo nas ruas. E eu questiono : Essas pessoas que agem dessa forma, fazem o mesmo dentro de suas residências ? A resposta é : Difícilmente, por mais relapsas que sejam, duvido que consigam conviver num ambiente desse nível (claro, existem as excessões, casos patológicos que vemos em reportagens sobre pessoas que acumulam lixo etc).
Fora desse patamar de distúrbio sócio-mental, só posso atribuir esse comportamente à absoluta falta de educação. E dentro desse parâmetro, é óbvia a relação de descaso das pessoas com as cidades em que vivem, estabelecendo uma relação antissocial depreciativa da Res publica.
O cidadão que adota tal conduta certamente considera a cidade como um território de ninguém, onde se exime de qualquer responsabilidade perante ela, considerando que não faz parte de sua moradia.
Ledo engano !
Num país de primeiro mundo, o cidadão aprende desde pequeno que sua cidade é sua casa, como extensão viva do seu Lar e portanto, adquire uma relação de amor, respeito, e zelo para com ela.
No início dos anos setenta , houve uma tentativa de campanha educacional nesse sentido. Publicitários criaram o personagem de desenho animado, "Sugismundo". Com peças divertidas na TV e em tiras de quadrinhos, estimulavam as pessoas a mudarem esse paradigma de descaso.
Mas como foi efêmera a abordagem, caiu no esquecimento e os brasileiros de uma forma geral continuaram pautando suas vidas por esse patamar de absoluto descaso com a higiene pública.
Particularmente sou contra medidas arbitrárias e ditatoriais por parte das autoridades. Mas alguém tem alguma ideia melhor para mudar a mentalidade desse povo, a não ser pelo caminho árduo das proibições, penalizações e outras medidas invasivas e antipáticas ?
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É realmente decepcionante esta realidade, mas infelizmente, a maior parte dos brasileiros ainda não despertaram para o valor do paraíso em que vivem. Alem da falta de consciência de muitas pessoas que ainda cometem esse tipo de atitude, também me preocupa a falta de uma medida mais séria e sustentável para o processamento e o destino final de todo o lixo produzido neste país... Acredito que quando as pessoas começarem a cuidar melhor do lixo que carregam dentro de suas mentes e seus corações, isso tambám vai se refletir exteriormente. Parabéns por esta matéria!
ResponderExcluirCristiane, de fato é muito frustrante vivermos num país onde a maioria esmagadora das pessoas não tem a mínima consciência de civilidade. No convívio social, é importante a colaboração total e em nações que trabalham esse conceito de uma forma muito cuidadosa,a diferença se faz no espaço público, onde o esmero é tão grande ou maior até, do que no interior dos lares dos cidadãos. O que você observou, eu assino embaixo : É preciso tratar o lixo primeiramente dentro de nossa própria mente, para depois isso refletir-se no exterior.
ExcluirObrigado por ler e comentar !
Um amigo meu recebeu uma multa por jogar uma bituca de cigarro da janela do carro na cidade de Vinhedo/SP. Funciona assim, infelizmente...
ResponderExcluirComo se diz popularmente, se não é pelo amor, é pela dor...
ExcluirObrigado por ler e comentar !
......exatamente nosso povo ignorante só aprende quando doi no bolso!!!
ResponderExcluirLara, infelizmente eu não vejo outro meio de lidar com essa situação vergonhosa.
ExcluirValeu !
É uma pena o cidadão não achar a rua uma extensão de sua casa e zelar pelo bem comum se todos tivessem essa consciência a qualidade de vida seria mil vezes melhor!!! Acho também um pouco de egoísmo, ou seja, eu cuido da minha casa pra dentro o resto que se exploda, as pessoas nunca se colocam no lugar do outro...
ResponderExcluirConcordo, Sil ! Enquanto o cidadão não entender que a rua é uma extensão de sua casa, sendo a cidade o seu Lar, vamos continuar vivendo em meio à imundície perpetrada pelos selvagens trogloditas.
Excluirao meu ver o único caminho é a educação moro em Curitiba e na decada de 90 cresci com a campanha da "familia folha" e da vinheta "lixo que não é lixo não vai pro lixo SE PA RE" na escola. Esses dias até falei para minha esposa, como aquilo foi importante pq fixou em todo mundo e hoje em dia não vejo nada nesse sentido digo uma campanha forte como foi, minha filha tem 4 anos aprendeu na escola a separar mas como toda criança tem que ficar em cima para não jogar nada no chão a educação começa assim é o farelinho de bolacha que tem de catar, um arroz que caiu do prato e assim vai....belo texto Luiz grande abraço.
ResponderExcluirExcelente, William. Eu sei que Curitiba foi durante muito tempo, um modelo de cidade organizada, limpa e ecológica, graças ao massivo trabalho educacional. Para se atingir esse grau de organização pública, o povo precisa entender que faz parte decisivamente do processo de manutenção. E nada melhor que investir na educação. O exemplo que você dá à sua filha é o ideal, coibindo pequenos atos caseiros como você mesmo citou. Se aos 4 anos de idade eu aprendo que não é certo deixar o farelo de pão no chão, crio um paradigma para o resto da vida. Corretíssima atitude, pois é nessa idade que forjamos a nossa personalidade.
ExcluirObrigado e um abraço !