Últimamente o MEC, nosso glorioso Ministério da Educação e Cultura, tem mais parecido um velho programa humorístico que fez grande sucesso no rádio e na TV: "Balança mas não cai".
Enquanto a turbulência em tôrno do cai-não-cai da ministra Ana de Hollanda ocupava as manchetes dos jornais, outra polêmica estava armada pelo ministério...
Com as bençãos do MEC, uma nova cartilha foi aprovada para o ensino fundamental, chamada : "Por uma vida melhor", escrita pela professora Heloisa Cerri Ramos com outros colaboradores.
Nessa referida cartilha, uma curiosa "nova visão" da pedagogia está sendo proposta, onde a tolerância com erros gramaticais e ortográficos é justificada com estapúrdias desculpas de cunho social.
Segundo Heloisa e seus colaboradores, ensinar português às novas gerações passa pela adequação social, ou seja, a lingua deve deixar de ser ensinada de forma "erudita" às pessoas das camadas sociais mais baixas, para que não se cometa mais o ato do "preconceito linguístico".
Pasmem ! O políticamente correto chegou finalmente ao ensino público, com sua ideia de nivelamento por baixo, sob a ridícula desculpa de preservar a dignidade de quem não se expressa corretamente.
Ora, é muito cômodo para o governo adotar essa postura pseudo-moderna, camuflando assim a sua real intenção de não fazer esforço algum para subir o nível da já sofrida educação fundamental brasileira, responsável pelo atraso e pela ignorância.
Sob o manto de uma nova"intelligentzia", eximem-se de sua responsabilidade e condenam gerações à uma educação deformada e abominável.
Ensinar as crianças a ler e escrever cometendo tais erros crassos interessa a quem ?
Exemplos na cartilha mostram tais práticas: "Os livro"; "Nós pega o peixe"; "Os menino pega o peixe"...
E o "políticamente correto" fez escola e agora está na escola...
É uma curiosa forma de jogar a sujeira para debaixo do tapete e fingir qua a casa está limpa, não é ?
Ao invés de acabarmos com as favelas, vamos parar de chamá-las de "favelas", sob o risco de ofendermos seus moradores. E dá-lhe "comunidades"...
Com a ideia disseminada de que a comunidade é "digna", o governo e a sociedade respiram aliviados, como se o problema estivesse resolvido, pois as comunidades estão "aceitas", "respeitadas".
Parece ser o mesmo raciocínio usado nessa nova pedagogia adotada pelo MEC. As pessoas passarão a ler, escrever e falar mal depois de "diplomadas", mas tudo na conformidade do novo português coloquial e aceitável...
Qual será o próximo passo do MEC ?
Por analogia, vão deduzir que a nossa lingua do jeito que é formulada , ofenderia os neandertais...Sendo assim, que tal uma nova cartilha onde o "uga-uga" predominasse ? Pois assim evitaríamos esse terrível preconceito com nossos irmãos habitantes das cavernas...ou dizer "caverna" também ofende ? Que tal: "habitação pedregosa promovida pela natureza" ?
Aí sim...isso não ofende...
Texto da Autoria de Luiz Antônio Domingues.
Olavo Bilac deve estar revirando na tumba: "Última flor do Lácio, inculta e bela..."
ResponderExcluirO que nos restava de característica nata, tão bem trabalhada e lapidada ao longo dos séculos esvai-se numa cartilha invasora e desrespeitosa. A língua portuguesa, aquela tipicamente brasileira, com suas arestas esculpidas pelo linguajar do povo, tornou-se motivo de politicagem baixa e inescrupulosa. O que mais dizer?
"Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação..."
É lastimável que isso esteja acontecendo no Brasil. Trata-se de uma inversão de valores da qual não compactuo. Nivelar por baixo não pode ser uma política séria de inclusão. O ideal é que haja integração sim, das camadas menos favorecidas, mas com o direito à educação de alta qualidade e não essa infame mentalidade de afrouxar a didática para se adequar ao linguajar debilitado dos guetos.
ExcluirDe fato, é notável destacar que, o conhecimento, sendo este a força fundamental e motora do desenvolvimento para a transformação de nosso meio, encontra-se de fato, limitado ao acesso daqueles que por ventura social e política, são ignorados pelos homens cuja incumbência e importância de seus ofícios, são de estudar o bem-comum. Por isso, é necessário destacar que, a informação possui valor e preciosidade universal, sendo assim equiparada ao Sol, que brilha para todos, independente de cor, raça, sexo ou religião.
ResponderExcluirBravo, Altieris ! Penso exatamente como você !!
ExcluirEliana Teresa
ResponderExcluirMEC- antigamente um grande ministerio da educação, hoje está falido e todo carunchado.
sobre a cartilha POR UMA VIDA MELHOR - para nós seria POR UMA VIDA PIOR.
Se eles dessem e corrigissem as palavras erradas não haveria preconceito linguistico, pois por vezes voce fala uma palavra eles não conseguem entender o que voce está falando, tenho um exemplo de um colega de trabalho formado ele falava (figo) e o que queria dizer era (figado) para ele estava certo. Por falta de alimentação desde nascidos não se desenvolvem e não conseguem acompanhar o que o educador está passando, nessa área fica um buraco.
Se o nosso antigo presidente falava errado o que queremos mais?
Pois é...não dá mesmo para entender como o MEC apoia oficialmente uma cartilha desse teor. Só podemos deduzir que seja proposital, atendendo questões políticas.
Excluir"habitação pedregosa promovida pela natureza" HAHAHAHAHAHAHAHA Êta paiszinho de merrrrrrrrda.
ResponderExcluirTaís :
ExcluirSei que exagerei para debochar, mas do jeito que as coisas andam, não duvido nada que uma frase "politicamente correta" dessas, não fosse empregada por algum eco-chato e sociopata cheio de temores para não ofender ninguém...
Assim como as bolsas que surgiram no governo do Lula, agora vão surgir as cartilhas.
ResponderExcluirDaqui a pouco vamos ter cartilhas para respeitar os negros, as mulheres, os idosos, as crianças, os alunos de escolas públicas etc.
Saiu na Veja desta semana uma entrevista com Evanildo Bechara que consteta totalmente a criação da cartilha do MEC. Uma das frases que ele cita é ”que disseminá-la (a norma culta) é crucial para o país avançar.”
Outra frase: "Alguns de meus colegas subvertem a lógica em nome de uma doutrina que só serve para tirar de crianças e jovens a chance de ascenderem socialmente”.
Querem emburrecer o povo brasileiro.
Janete :
ExcluirNós que somos mais experientes que essa mocidade atual, sabemos o valor que os livros didáticos de gramática da lingua portuguesa, escritos pelo professor Evanildo Bechara nos ajudaram nos bancos escolares, em nossa tenra idade. Se ele está indignado, só posso afirmar que a barbaridade cometida por essas autoridades educacionais do momento, não tem cabimento algum !!