Escolas Vocacionais, uma experiência incrível jogada no lixo
Que o Brasil está melhorando sob o ponto de vista econômico, não resta dúvida, apesar das panes de má administração pública e do câncer crônico da corrupção vergonhosa.
Mas mesmo analisando apenas os aspectos positivos do crescimento do país, sempre esbarramos em algumas questões básicas que atravancam o progresso e o deslanchar do país para o 1º mundo, enfim.
Um é a falta de investimentos pesados e concretos em infraestrutura. Por décadas, isso foi sendo empurrado para debaixo do tapete, mas como éramos conformados com a eterna situação de subdesenvolvimento, vivíamos resignados com essa situação terceiro mundista de atraso vergonhoso.
Agora que o país parece estar ganhando visibilidade, bateu a vergonha, por termos os piores aeroportos, portos, estradas, logística e tudo amarrado com o mais horripilante esquema burocrático do planeta, onde nada funciona.
O outro ponto crucial desse gargalo do Brasil é o educacional.
Com baixos investimentos na infraestrutura escolar, como pleitear um real crescimento ?
Se os professores não tem incentivo algum para exercer a sua profissão, não há idealismo que segure. E o professor geralmente é um abnegado, que enxerga a profissão com paixão, e normalmente recebe em troca, uma remuneração vergonhosa, péssimas condições de trabalho, instalações caindo aos pedaços, material sucateado e nenhuma segurança no trabalho, aliás, cada vez mais insalubre por motivos amplamente conhecidos de todos e fartamente reportado pela mídia.
Então, sempre a conversa nas rodinhas acaba com um consenso : o Brasil só vai melhorar quando houver investimento maciço na educação. Fato...
Mas não podemos deixar de enaltecer a ação de muita gente que já contribuiu decisivamente para a questão educacional no Brasil. Gilberto Freyre é uma lembrança óbvia, mas pode-se arrolar diversos nomes de pessoas de enorme valor, que a despeito da má vontade oficial, deram seu sangue para melhorar tal panorama.
Uma experiência fantástica foi feita no Brasil, nos anos sessenta, por exemplo.
Era uma linha pedagógica progressista, milhas além da educação oficial e antiquada que era praticada no país até então.
Essa pedagogia fora desenvolvida por uma professora chamada Maria Nilde Mascellani, que a colocou em prática, de forma experimental numa escola estadual na cidade de Socorro, no interior de São Paulo, em 1959.
Tal metodologia impressionou o secretário de educação estadual à época, que autorizou a extensão da experiência à outras escolas em outras cidades interioranas e na capital.
Dessa maneira, foi implementada de forma experimental em algumas escolas no estado de São Paulo, a partir de 1962.
Eram alunos do antigo curso ginasial (hoje corresponde ao "fundamental II"), de escolas estaduais de São Paulo. Uma era na capital (o famoso Oswaldo Aranha, no bairro do Brooklin, zona sul da capital paulista), e outras nas cidades interioranas de Batatais, Americana, Barretos, Rio Claro e em São Caetano do Sul, na região do ABC.
Como eram os ginásios vocacionais ?
Em primeiro lugar, acabou com o regime de separação por gênero. Meninos e meninas passaram a estudar em classes mistas, quebrando um padrão pseudomoral idiotizante, que ainda remetia ao século dezenove, e seu código de conduta vitoriano de recato massacrante.
Outro aspecto libertário, era o de não ensinar matérias tradicionais com maçante teoria pesada. Todo o conteúdo técnico que deveriam absorver era proposto como um consenso comunitário. Os alunos escolhiam os temas ligados à matemática, geografia, história, português e ciências, de uma forma livre.
Os professores não adotavam a postura sisuda de mestres inquestionáveis e severos, mas a de mestres dispostos a passar seus conhecimentos para pupilos queridos, numa troca prazerosa e não ditatorial de cima para baixo.
Há relatos de ex-alunos das escolas vocacionais dando conta da clima de amizade e admiração que fora criado entre professores e alunos. Estudavam juntos e brincavam também, participando das oficinas artísticas propostas e das práticas esportivas.
A ideia era fazer uma educação onde a capacidade de criação do aluno fosse estimulada ao máximo. Mais que fazê-los decorar fórmulas e nomes de personagens históricos só para "passar nas provas", como era (é) o método tradicional, o objetivo era estimular o aluno a ser livre, crítico e criativo.
Para tanto, todo o enfoque era nos estudos sociais e as especializações saiam desse tronco comum.
Fazia sentido, pois onde vivemos ?
Não é uma sociedade ?
Pois era a maneira mais inteligente de educar as crianças e adolescentes, fazendo-os se sentir parte desse núcleo e portanto responsáveis pela manutenção e melhoria de tal estrutura, construindo o futuro cada vez melhor.
Nessa dinâmica, estudavam psicologia, antropologia, história, geografia, sociologia, como ramos da vida em sociedade, e entendimento do homem e de seu meio.
Grupos eram organizados pelos professores, mas com total autonomia dos alunos para escolher suas pesquisas. Há relatos de saírem a campo, observando a vida no entorno da escola, nos bairros, mapeando tudo o que achassem interessante e discutindo isso na sala de aulas.
Onde vivemos ?
Não é em cidades ?
Como funcionam, como é a vida pelos bairros ? O que produzem, o que reivindicam os seus moradores ? O que pode fazer o poder público para melhorar o pequeno problema localizado no bairro ? Qual o papel do cidadão comum, nessa equação ?
Como é a gestão pública, como é usado o dinheiro dos impostos cobrados, como é a logística da "rés pública" ?
Tudo o que observavam nesses estudos de campo, era objeto de discussão na sala de aulas e daí saíam estudos por escrito, com o status de verdadeiros ensaios e não os maçantes trabalhos escolares de cópia de livros em bibliotecas, como era de praxe no sistema educacional antiquado.
Pois é...na escola vocacional, os alunos eram estimulados a notar que a sociedade, quem constrói, somos nós. Para fazer uma Brasil pujante e tão bom quanto qualquer nação civilizada de 1º mundo, a atitude e o senso crítico individual faz a diferença.
Os alunos controlavam a cantina da escola. Eles mesmo cuidavam de sua administração e isso fazia parte de seus estudos de matemática, finanças e administração. O dinheiro arrecadado era usado para financiar os projetos de campo.
Essa era a proposta da escola vocacional, mas forças retrogadas não pensavam assim.
Quando a ditadura apertou de vez, a partir da instauração do AI-5, em dezembro de 1968, a mordaça apertou e em 1969 as escolas vocacionais foram extintas pelo governo estadual, subserviente ao regime ditatorial.
A experiência avant-garde dessa pedagogia, foi execrada. Não era surpreendente, aliás era esperado, tanto quanto os nazistas quando fecharam a escola Bauhaus, assim que tomaram o poder na Alemanha em 1933.
Gente que pensa incomoda ditadores, que tem no controle absoluto, sua maior arma de domínio.
Alguns professores foram perseguidos pela ditadura. A própria professora Maria Nilde Mascellani foi presa sob alegação de "sovietizar a juventude, usando métodos pedagógicos suspeitos".
As escolas vocacionais foram consideradas "subversivas" pela ditadura.
Há uma informação de que professores da unidade de Americana denunciaram a escola ao exército, alegando que ali formavam "comunistas".
Houve uma intervenção truculenta até, com professores sendo presos na cozinha da escola.
De nada adiantou os protestos veementes de pais de alunos querendo a normalização da escola vocacional, não só da cidade de Americana, mas de todas as outras que sucumbiram ao cassetete burro da ditadura.
Extintas portanto, em 1969, as escolas vocacionais deixaram uma lacuna na história pedagógica brasileira.
Recentemente, um ex-aluno que tornou-se profissional de audiovisuais, produziu um documentário belíssimo, resgatando essa história, inclusive com raras imagens captadas na época, ali no calor dos anos sessenta, mostrando um pouco como era estimulante ter um sistema educacional que respeitava o aluno e o estimulava a ser criativo, crítico, pensante...
O cineasta Toni Ventura lançou "Vocacional, Uma Aventura Humana", que é um documento muito sensível, mostrando o que foi essa experiência educacional belíssima.
Eis o link de um trailer no You Tube, pois infelizmente por motivos de direito autoral da produtora da peça audiovisual, sua postagem completa não foi autorizada.
http://www.youtube.com/watch?
Mas o documentário já foi exibido em vários canais educacionais de TV a cabo, e sempre está sendo exibido em mostras por aí, basta ficar de olho...
Encerrando, devo observar que o Brasil tem jeito sim. Um dia nos libertaremos das garras das pessoas que não tem interesse que a educação seja melhorada e priorizada. Quem são eles, se aparentemente não vivemos mais massacrados por uma ditadura de gente burra e armada ?
Façamos como os professores da escola vocacional estimulavam seus alunos, e nesse caso, pensemos...
E outra coisa...quando se deu essa experiência ? Entre 1962 e 1969 ?
Já pensou estar na escola vocacional nessa época, tendo essa experiência educacional incrível e com Beatles soando no ar ? Era a década da libertação, sem dúvida...
De fato, eu morava no bairro vizinho ao Brooklin em 1967, estudava no ensino primário de uma escola estadual tradicional naquela época, mas ouvia as conversas dos adolescentes mais velhos e o sonho de todo mundo era cursar o ginasial no Oswaldo Aranha, que vivia essa experiência.
Privilegiados esses que passaram por lá, até o sonho acabar, esmagado por forças retrogadas que preferem impingir pesadelos à sociedade...
desculpe, ñ quero jogar meu ceticismo no bom astral da sua esperança, mas cabe algumas ressalvas, existe sim projetos com algumas semelhanças a priori as escolas técnicas federais q hj em dia são se ñ m engano institutos federais em todo o país, porém fosse como fosse, esse tipo de projeto só seria um desculpa p achatar ainda mais o conhecimento e articulação intelectual da população e portanto o senso crítico! afinal é o q acontece, a pretexto do conhecimento técnico o conhecimento tradicional é relegado, mas é este q interessa ao cidadão, se ñ seria como em admirável mundo novo o cara só pode aprender o q lhe interessa e o resto fica de fora. forma clássica de controle social. inclusive a pouco tempo o sr governador de são paulo queria impor um projeto de se acabar com história e geografia no ensino fundamental prq "isso ñ interessava" ???? ahuahua ñ interessa a quem quer dominar a mente das pessoas com propostas pífias... mesmo assim ñ vejo tanta diferença entre ñ tem história e geografia ou ter o tipo qualidade q temos no ensino, sobremaneira o público e o privado de preços medianos abaixo. e digo mais a culpa disso é sim da população, prq todo mundo concorda q o q falta é educação, mas da boca p fora, na hora de escolher na urna no máximo se preocupa com segurança imediata (polícia e cassetete na rua), dinheiro seja com benefícios seja com investimento em consumo, facilidade de empréstimos etc... sou professor e o q vejo são pais mais preocupados em q o filho passe de ano do q com o q aprendeu, tirou nota dez pode ser analfabeto q ta beleza.... a verdade é q o povo persevera nos clichês ancestrais da colonização, pilantragem, corrupção, facilidade, todo mundo reclama da corrupção mas sempre quer dar um jeitinho de resolver as coisas, ninguem quer assumir sua parte no ônus social, e fica aí tomando no SUL dia e noite na mão das lideranças pútridas do país. até os bad blocks ñ passam de bad brains, movimento descerebrado sem motivação clara, projeto e objetividade real q ñ fosse a do motivador inicial do passe livre... é o paradoxo de tostines, o povo é tapado como eleitor prq ñ tem educação e criticidade ou ñ tem educação q o articule prq é tapado na urna? e assim como na história do ovo e da galinha, ñ tem resposta, ou tem? por favor me comunique se tiver... SEM VERGONHA NACARA NO DIA DE ELEIÇÃO O PAÍS CONTINUA NA MERDA E MERECE ISSO, O POVO TEM A ADMINISTRAÇÃO Q MERECE! como vc mesmo disse ñ há mais nenhuma imposição mas taee crescendo um movimento em andamento por uma segunda passeata pela família, clone do famoso motivador da ditadura q foi a dos anos 60. é esse o Brasil!
ResponderExcluirImagine, professor Wolmar, não vejo nenhum baixo astral em suas colocações.
ResponderExcluirPelo contrário, são aspectos importantes a serem considerados, e nesse sentido, o baixo astral é a situação do cenário brasileiro e não seu.
Não vou contra argumentar sobre questões educacionais de políticas públicas que citou pois evidentemente o senhor sabe muito melhor do que eu como anda a educação no estado de SP, com esse partido que domina o governo há cinco mandatos consecutivos.
Discordo apenas em que a experiência da Escola Educacional seja comparada à essa vergonhosa mentalidade atual de progressão automática. Uma coisa é ter uma educação livre estimulando o jovem a ser criativo, pensante e outra é dar a educação tradicional sem avaliação e assim dar diplomas para jovens analfabetos, sem conteúdo. Imagino o quanto isso seja frustrante para um educador como o senhor.
Quanto às observações políticas que fez, concordo com tudo. Estamos à deriva, e de fato, merecemos ter esse governo corroído por tanta corrupção, nas três instâncias. Muito bem observado, é como a propaganda da bolacha Tostines, num moto perpétuo, infelizmente. Nem protestar o cidadão comum consegue, com todo o tipo de manipulação usando-o como idiota útil, como o senhor bem observou.
Vejo com muita tristeza o panorama de pessoas sendo utilizadas para dar força à uma mentalidade obscura que parecia estar morta e enterrada, mas tal como o vampiro na cripta, basta uma gotinha de sangue para ressurgir e voltar a nos ameaçar.
Muitos que acham que uma eventual volta dos militares ao poder acabaria com a corrupção e a insegurança pública, falam isso sem noção alguma do que seja uma ditadura ferrenha. Talvez só venham a entender, quando subitamente uma "Veraneio" com quatro brucutus à paisana o sequestrarem, torturarem e sumirem com seu corpo, fazendo sua família ficar 40 anos sem nenhuma notícia de seu paradeiro...
Enfim, quando vemos as manifestações pacíficas virando terrorismo explícito por conta de mascarados infiltrados, parece que por trás tem uma obscura motivação, não acha ?
A quem interessa deixar o povo inseguro e "sonhando" com a volta do Médici ?
Professor, muito obrigado pela seu comentário rico. Sou fã da sua classe e considero o professor, um abnegado. Para mim, a educação é a grande chave do desenvolvimento de um povo e o professor deveria ser o profissional mais valorizado.
Em contrapartida, é o mais maltratado, principalmente pelo Estado, com péssimas condições de trabalho, instalações caindo aos pedaços e salários indignos em comparação à sua importância na sociedade. Resta-nos a oportunidade das urnas, mas entendo seu ceticismo nesse sentido, por razões óbvias.
Abraço e obrigado pelo comentário !!
Ótima matéria! Eu uso o filme "Vocacional - uma aventura humana" para os meus alunos de Educomunicação, pra que vejam que as propostas altamente revolucionárias da educação não estão "inventando a roda". Os alunos ficam boquiabertos com a experiência tão pouco divulgada. Abraços
ResponderExcluirMas que beleza ter o comentário de uma professora de seu gabarito, Cláudia.
ExcluirDe fato, a experiência da Escola Vocacional foi um oásis na história da pedagogia brasileira, mas deu o azar de estar sob o jugo político de forças retrógradas, comprometidas com o atraso sintomático que o Brasil foi submetido.
Parabéns por usar o documentário em suas aulas, mas vindo de sua parte, não me surpreende de forma alguma, pois conheço seus propósitos nobres e progressistas.
Muito grato por ler e comentar !!
Oi, Luiz
ResponderExcluirPrimeiro, quero parabenizá-lo pela ótima reportagem acerca da Escola Vocacional.
Eu não tive a oportunidade de estudar numa escola assim. Só lembro que quando cursei o ginásio, foi sempre em salas mistas, o que favorecia ter amigos homens e namorados! rs* Saiu até casamento de dois amigos. São casados até hoje!
A questão de educação no Brasil é um tema muito importante, mas, infelizmente, vem sendo pouco discutida e levada a sério.
Tenho um amigo que fala assim: "que um povo com uma ótima educação fará com que todas as prioridades aconteçam." E é por isso que no Brasil tudo está deteriorado como a própria educação, a saúde e a segurança. Digo as públicas. As escolas, com todos os problemas que você cita no teu texto, só contribuem para que o povo fique "mal-educado", isso me termos de educação, logo, como ele terá condições de saber o que é melhor para si?
Outro item: você cita a ditadura militar e o nazismo como sistemas que barraram os métodos de educação. Faltou reforçar que o socialismo comete os mesmos erros. Você acha que na Rússia as escolas eram melhores? Na China? Em Cuba? Com certeza os governantes do sistema socialista também metem a tesoura na educação dos seus países. Duvido que eles permitiriam uma Escola Vocacional, e que respeitassem as ideias políticas e sociais dos alunos e professores.
Pessoalmente, não sou contra o ensino de matérias tradicionais, em que obrigariam os alunos a decorarem fórmulas e personagens históricos. O que eu não aprovo é a avaliação dos alunos com esses métodos. Sabe por que? Vou explicar: quando estava na faculdade, tive aulas de psicologia da educação, e um dos assuntos abordados foi inteligências múltiplas, ou seja, o método de avaliação que substitui o antigo QI. O QI engloba tudo, para chegar a um resultado final. Se for usar o resultado de um QI para uma obtenção de uma bolsa de estudo, por exemplo, será falso, pois eu aprendi na faculdade víamos que existem inteligências diferentes entre as pessoas. Quem é ótimo em matemática, pode não ser em letras ou biologia ou química. Ou o contrário. Conheci uma pessoa que só tirava notas altas em letras e foi reprovada por que tirou zero em física e matemática. Isso eu acho um absurdo!
Acredito que tudo deveria ser mostrado aos alunos, e algum tipo de avaliação só seria usada para que eles decidissem qual o caminho seguir.
Você lembra que existia, nos anos 60, o segundo grau como "clássico", "científico" e "normal"?
Hoje, já não existem mais mestres sisudos e severos, em compensação, existem alunos mal-educados e agressivos, tornando, inclusive a profissão de mestre, um mal negócio, além, claro, dos baixos salários e as condições insalubres.
Para mim, tudo virou um caos.
Fiz Letras, mas bastou as experiências que eu tive nos estágios para desistir da profissão de professora. E um dos itens que me fez desistir foi a falta de respeito dos alunos. Será que, atualmente, a Escola Vocacional melhoria isso? O Estatuto da Criança e do Adolescente ajudaria? Teria que ser mudado?
Eu nem tenho uma opinião conclusiva para tudo isso Luiz, de tão ruim que está o Brasil em termos de educação.
Mas... não se faz Copa em escolas, não é? Então, deixa a educação de lado, e vamos continuar torcendo para o Brasil ganhar a Copa.
Um grande abraço!!!
Só esqueci de mencionar que, para mim, independente do sistema político, parece que todos têm "seus motivos" para fazer um sistema educacional, de acordo com seus próprios interesses.
ExcluirOi, Janete
ExcluirQue bacana você ter se manifestado com um comentário tão rico.
De fato, não existe mentalidade mais colonial e atrasada do que manter o povo sob baixo nível educacional e cultural, evitando assim contestações políticas, gerenciais, econômicas etc.
Países desenvolvidos investem pesado na educação e estão no 1º mundo, exatamente por terem no povo, o seu maior tesouro e quanto mais cérebros privilegiados, não existe lastro maior de grandeza para uma nação.
Citei a ditadura de direita, pois foi ela, exatamente ela, quem massacrou a experiência das Escolas Vocacionais, na década de sessenta. A história já comprovou que os quadros da ditadura eram fraquíssimos. Toda a retaguarda com a qual os militares se serviram para gerir o país era formada essencialmente por gente burra, recalcada e cheia de preconceitos inconcebíveis. Portanto, acabar com a Escola Vocacional não surpreendeu de forma alguma, pois vindo daquelas toupeiras, a conclusão óbvia era a de que nem entendiam a proposta e por conseguinte, a consideraram "subversiva".
Mas não defendi de forma alguma sistemas totalitários antagônicos. Você é que polarizou a discussão, pois não defendi sistemas educacionais praticados em países comunistas, de forma alguma. Tão imbecil quanto a ditadura fascista foi a "Revolução Cultural" perpetrada por Mao Tse Tung na China em 1966, impondo o atraso para uma nação cuja sabedoria milenar foi violentamente humilhada, com aquela uniformização massacrante do povo, fora o malfadado "Livro Vermelho".
Portanto, o ponto não é esse ! Pouco importa o lado, qualquer massacre ditatorial trata logo de perseguir os professores, intelectuais, estudantes e artistas, ou seja, quem pensa...
Concordo contigo. Também não sou contra o conteúdo tradicional da pedagogia, desde que seja ministrado de uma forma mais racional. Prefiro que o aluno entenda o contexto da história, a saber de cor o nome dos Imperadores Romanos, por exemplo.
Concordo também sob a sua explanação sobre avaliação de QI. A pedagogia moderna avançou muito na questão da inteligência emocional etc etc. Sem dúvida que a experiência da Escola Vocacional, de 50 anos atrás, antecipou esse conceito de inteligência emocional. O próprio nome já denotava isso, pois "Vocacional" insinuava a ideia do aluno descobrir sua vocação, suas melhores aptidões etc.
Também acho um erro terem acabado com o conceito de três caminhos : Clássico, Científico e Normal. O ensino médio nesses moldes já direcionava cada aluno para as suas aptidões e definia a escolha da profissão, na hora de entrar na faculdade.
Também penso que o melhor caminho é o equilíbrio. Sem mestres severos com poderes imperiais de carrascos sádicos, tampouco mestres acuados e ameaçados por alunos armados em sala de aula. Na Escola Vocacional, o modelo que considero ideal, acontecia : O mestre amigo, que se realiza em doar sua experiência e o aluno que reconhece isso e o admira.
A resposta para o que disse deve entrar para a conta da ditadura, sem dúvida. Se já no início da experiência, a Escola Vocacional era um sucesso, imagine no longo prazo ! Não haveria uma safra de analfabetos agressivos que vão à escola com armas na mochila !!
Claro que concordo contigo em sua observação final. A educação no Brasil daria um salto quântico se metade do dinheiro investido na Copa, fosse nela investido...
Grato por ler e comentar !!
É, realmente a educação no Brasil foi deixada de lado. O importante não é adquirir conhecimento e sim passar de ano, muitas pessoas conclui o ensino médio sem saber de nada.
ResponderExcluirOs professores são desvalorizados, pois além de ganhar pouco , ainda tem que aguentar alguns alunos bagunceiros que não o respeitam.
Eu ainda acredito que a educação vai melhorar, mas este dia só vai acontecer quando o brasileiro parar de se preocupar com futebol e novela e correr atrás do que interessa.
Será que as pessoas não percebem que quanto mais ignorantes, melhor para o governo, Os políticos não querem pessoas inteligentes, querem o povo ignorante pra continuar votando neles, assim é mais fácil de enganar.
Então já passou da hora do brasileiro acordar, assim teremos não só boas escolas mas também bons hospitais e um país mais seguro.
Oi, Karina !
ExcluirMuito boa a sua observação. De fato, esse atraso do Brasil tem via dupla :
1) Por não investir pesadamente em educação, o povo não se desenvolve a contento;
2) Trata-se de uma mentalidade colonial e atrasada, pois os energúmenos que acham que assim podem "controlar" o povo e melhor explorá-lo, não se deram conta ainda que estamos no século XXI e não na Idade Média, portanto, o melhor negócio é apostar na colocação do país no patamar das nações de 1º Mundo. Foi o que fez a Espanha, por exemplo, assim que se livrou da ditadura do fascista Franco, e a Coréia do Sul, mais recentemente, mas com resultados excepcionais já computados.
Muito grato por ler e comentar !!