terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Mais Secreta das Fórmulas.





A Mais Secreta das Fórmulas
Quando se pensa em segredos estratégicos e/ou espionagem, geralmente pensamos em questões da geopolítica, e suas implicações militares inerentes.

Contudo, a espionagem industrial movimenta o mundo de uma forma tão ou mais contundente, requerendo verdadeiros exércitos formados por profissionais, especialistas em segurança.

Isso sem contar os milhões gastos em recursos jurídicos, tentando ao máximo coibir os trantôrnos decorrentes de patentes sendo quebradas diariamente, com produtos sendo copiados, sem nenhum pudor.

No caso das fórmulas de produtos alimentícios e farmacêuticos, todo o cuidado é pouco, e os industriais gastam milhões em dispositivos de segurança para preservarem as fórmulas que lhes garantem a exclusividade em produtos campeões de vendas.

Pensando nesses termos, entre inúmeros produtos tradicionalíssimos do mercado, é difícil não imaginar que um entre todos, seja o mais famoso, e claro, refiro-me ao refrigerante conhecido como "Coca-Cola".

Oficialmente, a fórmula do refrigerante foi atribuída à um farmacêutico norte-americano, chamado John Pemberton, em 8 de maio de 1886, como remédio, e com a posologia de atuar no cérebro e sistema nervoso.

Somente em 1893, outro americano, Frank Mason Robinson, adaptou o remédio para o consuno como refrigerante, patenteando-o e criando o seu histórico logotipo.

Em franca expansão, tornou-se um produto de alcance mundial, até que em 1919, a fábrica foi vendida para o magnata Ernest Woodruff, que tratou de guardar a fórmula no cofre do Guaranty Bank, de Nova York.

Algum tempo depois, mudou de banco, indo submeter-se às sete chaves do banco SunTrust, de Atlanta.

Sedimentado como o refrigerante mais famoso e vendido do mundo, a preservação de sua fórmula tornou-se uma lenda.
Inúmeros boatos se espalharam, e povoaram o imaginário popular.

Boatos pró e contra, naturalmente...

A questão de ser um refrigerante viciante, logicamente foi atribuído à existência de cafeína e cocaína em sua fórmula.

Claro, se há um fundamento técnico, e portanto, plausível em tal afirmativa, por outro lado, há de se considerar que a existência de tais substâncias na fórmula, são evidentemente em escala ínfima, portanto, para prejudicar uma pessoa, seria preciso a ingestão de uma quantidade tão absurda do líquido, que nem o mais contumaz consumidor do mesmo, suportaria, e outra, seria mais provável que o consumidor morresse por afogamento...

Em 2011, a fórmula foi parar no seu lugar definitivo, acredita-se, o "World of Coca-Cola", um Museu particular da própria companhia, em Atlanta.

Outra lenda que corre solta, por décadas, é a de que ao contrário do famoso segredo de sua fórmula, motivado pelo medo de não ser copiado, a origem de tal formulação foi na verdade obtida mediante o uso de fórmulas alheias.

Uma curiosa história nesse sentido, vem da Espanha, onde uma pequena fabriquinha artesanal, no vilarejo de Aielo de Malferit, na província de Valencia, tem o refrigerante "Nuez de Kola-Coca", e segundo seu atual dono, a fraca legislação de décadas atrás, no tocante à patentes, permitiu que os norte-americanos roubassem sua fórmula, sem nenhuma dificuldade.

Num segundo instante, em 1953, temendo uma contestação na justiça espanhola, os executivos da Coca-Cola procuraram a pequena fábrica de Aielo de Malferit, e mediante o pagamento de 30 mil pesetas, selaram acordo, dando a questão como encerrada.

Enfim, apesar de inúmeras especulações, a fórmula oficial da Coca-Cola permanece como o maior segredo industrial da história, apesar da polêmica publicação num jornal de Atlanta, de uma anotação de John Pemberton, em 1979, onde o suposto original manuscrito teria sido revelado, mas nunca admitido como fidedigno pela companhia.   Texto by Luiz Domingues.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Um Talento na U.T.I.

Um Talento na U.T.I. , texto de Luiz Domingues.

Houve uma época no Brasil, onde a poliomielite (popular "paralisia infantil"), era epidêmica.

Doença perigosa, que paralisa membros e tende a ser muito dura com as crianças, foi aos poucos sendo erradicada, graças aos esforços dos orgãos de saúde pública, promovendo ações de vacinação em massa.

Infelizmente, alheio à esse esforço, um garotinho chamado Paulo Henrique Machado, não teve a sorte de escapar de tal flagelo.

Sua mãe morreu apenas dois dias depois de seu nascimento e com um ano e meio, teve a infelicidade de contrair a doença.

Dessa forma, foi internado no Hospital das Clínicas de São Paulo, pois além de ter perdido o movimento de pernas e braços, precisava de cuidados respiratórios, pois seu pulmão também estava comprometido.

Dessa forma, o pequeno Paulo foi ficando na U.T.I. do Hospital das Clínicas, pois não havia meios de ter tais cuidados em sua casa.

Crescer dentro de um ambiente de U.T.I., tendo sérias dificuldades de locomoção e respiração, não foi fácil para o pequeno Paulo Henrique, todavia, o menino apresentava uma incomum disposição e alegria.

Mesmo com as dificuldades inerentes às consequências da doença, Paulo não se furtava de brincar e interagir com as demais crianças internadas e sua inteligência desde sempre, era fora do comum.

Uma de suas mais remotas lembranças, vinha de uma TV em preto e branco, onde assistira com vívido interesse, a chegada do homem à Lua, em 1969.

Desse estopim remoto, nasceu seu interesse pela tecnologia, Sci-Fi e ciência em geral.

O tempo foi passando e Paulo tornou-se adulto, mas sua vida não mudou, precisando dos cuidados do Hospital das Clínicas, que efetivamente estabeleceu-se como o seu Lar.

Com a popularização da tecnologia, Paulo adaptou-se rapidamente ao uso da informática e dessa forma, tornou-se um Web designer muito eficiente.

Ganhou seu primeiro PC, em 1994, mas era um modelo rudimentar e limitado.

Dessa maneira, tratou de montar um novo PC, sozinho, só indicando as peças que visualisava para tal montagem.

Hoje em dia, cada vez mais embrenhado nas possibilidades do mundo virtual, Paulo Henrique está com um projeto ambicioso, neste momento.

Está criando uma animação em 3D, cujos personagens são deficientes físicos.

Claro, precisa de recursos financeiros para tal empreitada e daí, fica a inevitável pergunta : Será que nossos governantes não poderiam dar uma ajuda para um projeto desses ?

Não quero ser oportunista, mas acho um pouco injusto um talento como o de Paulo Henrique Machado ficar obscurecido, enquanto bilhões de reais são gastos na construção/reforma de estádios de futebol.

Aos que poderiam contra-argumentar que uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu pontuo a questão da falta de planejamento e nesse caso, a inexistência de prioridade para a cultura, educação e ciência.

Finalizando, Paulo Henrique Machado é mais um caso de talento desperdiçado e sendo assim, numa época onde o povo clama por mudanças, entra fácil para o rol das novas prioridades de um Brasil diferente, e que precisa valorizar seus melhores cérebros.