terça-feira, 31 de julho de 2012

Carro Elétrico, Falta Interesse.

Carro Elétrico, Falta Interesse Popularizando-se em muitos países, os carros elétricos tem enfrentado barreiras para entrarem com força no Brasil. Na ponta do lápis, parece ser o advento ideal para o atual panorama de preocupação com os aspectos sustentáveis do planeta, como um pilar ao lado do investimento em Metrô & trens de subúbrio e o incentivo maciço ao uso de bicicletas. Em números, não há contra-argumentação para desabonar o incremento dos carros elétricos. Rodar 160 KM no trânsito de São Paulo, por exemplo, custaria ao consumidor, a quantia de R$ 5,28. A mesma kilometragem num carro a álcool, sairia por R$ 28,80. No quesito ecologia então, não tem como um detrator argumentar, pois a não existência de monóxido de carbono, dióxido de carbono e óxido de nitrogênio, três dos piores gases poluentes que os carros comuns produzem, simplesmente não existirem num carro elétrico, desarma qualquer contrariador. Um dia a injeção eletrônica acabou com o carburador e dessa forma, pode-se contar os dias para a extinção do escapamento, pelo menos em tese. Outro aspecto incontestável é o da completa ausência de ruídos. Sem o método tradicional de combustão, são carros silenciosos ao extremo. No tocante à rede de abastecimento, começam os problemas, lógicamente relacionados à questão do choque de interesses. Isso porque em teoria, qualquer tomada caseira pode reabastecer as baterias do carro. Sendo assim, como fica a colossal indústria petrolífera e suas inúmeras ramificações ? O uso do combustível, seja fóssil, seja de outra fonte, é o primeiro empecilho mas a seguir nessa pirâmide de interesses, vem as distribuidoras, as redes de postos, indústria de óleos, tudo o que é relacionado à retífica etc. Já vi pessoas falando que se criaria outro gargalo de consumo, tão nocivo quanto, pois só no Brasil, estima-se que precisaríamos de uma nova Usina de Itaipu, só para suprir o consumo dos carros elétricos. Será ? Reclamações corporativistas sempre existiram ao longo da história. Quando os carros começaram a se popularizar na América, houve manifestações organizadas por ferreiros, antevendo a decadência de seu ofício, com cada vez menos pessoas usando cavalos, carroças e carruagens no seu cotidiano. A maior barreira no Brasil é teoricamente a altíssima taxação imposta pelo governo. Não é preciso fazer uma complexa elocubração para descobrirmos qual o motivo dessa taxação absurda. Desde o governo JK, sabemos que o governo brasileiro e a indústria automobilística vivem um casamento praticamente indissolúvel. E no bojo dessa relação, tem toda uma gama de interesses análogos, onde a indústria petrolífera tem seu peso e interesse, sempre levado em conta. Portanto, enquanto os tubarões desse mar revolto não adequarem-se para não deixar de explorar esse mercado com a mesma volúpia de sempre, só veremos dificuldades criadas para os carros elétricos popularizarem-se. Texto de Luiz Domingues.

2 comentários:

  1. Depois ainda dizem que o JK foi um bom presidente!!!

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    1. Complicado, não ? Se por um lado a indústria automobilística trouxe incremento , gerando muitos empregos, diretos e indiretos, por outro,criou esse rabo preso eterno que faz com que o governo viva protegendo os carros, em detrimento da realidade que seria incentivar o transporte público.

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