Holocausto Moderno, texto de Luiz Domingues.
Nos últimos tempos, temos verificado um aumento significativo de mendigos sendo violentamente atacados na calada da noite, em diversas cidades brasileiras.
As motivações diferentes de caso a caso, não eximem esses assassinos covardes de sua culpa. Não importa se os mendigos eram um estôrvo na calçada dos comerciantes e por isso foram tomadas tais medidas atrozes contra eles (como se essa justificativa absurda tivesse validade !) ou se, pior ainda, foram atacados por adolescentes embriagados e portanto fora de seu juízo mental.
A questão é : Em que ponto chegou a sociedade, onde pessoas são tratadas como lixo indesejável e dessa forma, passíveis de eliminação "higienizadora" ?
Essa mentalidade deveria ter sido sepultada com o final da segunda guerra mundial, mas é com pesar que assistimos atônitos, as barbaridades cometidas por gente que quer eliminar pessoas que julgam serem indesejáveis.
Muitos psiquiatras, psicólogos ou psicanalistas devem ter suas teorias a respeito. Certamente os sociólogos também e claro, os antropólogos incluso.
As autoridades governamentais e policiais certamente discorrem sobre números, estatísticas, mas ninguém traz uma solução definitiva para esse abandono de seres humanos sem teto pelas ruas.
Instituições do terceiro setor, abnegadas, com apoio de grupos religiosos fazem o que podem, mas não conseguem consertar o mundo, mesmo fazendo esforços enormes.
Com isso, o resultado está em toda a parte: pessoas dormindo nas ruas, sem perspectivas.
Esse é o estrato social cruel em que a nossa sociedade está montada, mas aí vem outro elemento, pior ainda, como agravante : Pessoas realmente desprovidas de qualquer tipo de compaixão ao semelhante, atacando esses pobres coitados, de forma covarde e brutal.
O que é pior ? O comerciante que cansado de ser prejudicado com a presença dos mendigos resolve dar um "susto" nessas pessoas e contrata brutamontes para espancá-los, atear fogo neles ou playboys bêbados que vislumbram a possibilidade de brincar de video-game "de verdade", barbarizando mendigos pela madrugada ?
Alguém se lembra do caso do indio Galdino ? Sem lugar para dormir, aconchegou-se num abrigo de ponto de ônibus em Brasília e acordou em chamas, graças à um bando de playboys vagabundos, no ano de 1997.
O que aconteceu à esses moleques ? Informações não confirmadas dão conta de que hoje são funcionários públicos bem alojados na máquina federal etc etc.
A alegação deles à época, beirou o ridículo. Disseram ter confundido o indio com um mendigo...ora, se fosse um mendigo, estaria liberada a "brincadeira" dos garotões ??
A verdade é uma só : Se existem pessoas vivendo nas ruas, sem perspectivas de uma vida digna, com casa, trabalho, renda e todas as prerrogativas da cidadania, certamente é culpa de uma estrutura governamental falha e também culpa de nós todos, enquanto sociedade civil, que nada fazemos.
E se estão vivendo nas ruas em meio à esse sofrimento, não tem nenhum cabimento ficarem sujeitas à espancamentos, brutalidade e assassinato por parte de verdadeiros monstros que achávamos terem sido extirpados da face da Terra, após o tribunal de Nuremberg.
Blog com grandes especialistas escolhidos a dedo , para escrever artigos e matérias sobre os mais variados assuntos. Tudo isso feito de uma forma diferente, polêmica e inovadora. Comunidade oficial no Orkut. Debates Interessantes. http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=34302522
quarta-feira, 28 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Falklands ou Malvinas ?
Texto de Luiz Domingues.
Falklands ou Malvinas ?
Um arquipélago remoto no extremo sul abaixo da linha do Equador, muito longe de tudo e perto do polo sul, formado por duas ilhas grandes e cerca de 700 ilhas minúsculas, é alvo de uma disputa territorial ferrenha há séculos.
Dominado pelos britânicos oficialmente desde 1833, as Ilhas Falkland são território de sua Majestade , a Rainha Elizabeth II e fim de papo para os britânicos. Mas não pensam assim os argentinos que as reclamam para si há séculos, desde sua independência da Espanha no século XIX.
Vamos aos fatos : Realmente essas ilhas tiveram muitos visitantes europeus ao longo dos tempos. Américo Vespúcio, comandante veneziano, foi o primeiro europeu a pisar nelas, mas o processo de colonização/anexação foi mudando de mão em mão, várias vezes.
Em princípio, espanhóis e britânicos dividiram o território entre seus respectivos reino e império. Os franceses também chegaram e abocanharam um pedaço, mas posteriormente venderam sua parte para a Espanha.
Mas tudo isso no campo meramente territorial, pois durante séculos, as Ilhas não passavam de lugares inóspitos com poucos habitantes, nenhuma infraestrutura e poucos colonos vivendo de uma parca criação de cabras, ovelhas e agricultura primitiva.
Isso sem contar anos e anos de total abandono, com nenhum "dono" se importando com o território.
Contudo, no avançar dos tempos a disputa acirrou-se, já com a República Argentina independente, reclamando seus direitos territoriais.
Em 1966 por exemplo, houve uma tentativa de invasão, prontamente rechaçada pelos britânicos.
Mas foi em 1982 que a temperatura esquentou de vez, com a infame Guerra das Malvinas, quando o governo ditatorial dos militares argentinos manipulou a opinião pública, de maneira a inflamar um sentimento de patriotismo descabido em torno de uma causa sem sentido.
Para que a Argentina quer a posse das Ilhas Malvinas ? Qual o critério para se julgar ser aquele arquipélago, seu território legítimo ? Seria a questão da proximidade geográfica ? O fato de ter governado aquelas ilhas num período de 13 anos (entre 1820 e 1833) ? Ora, a ocupação se deu por força do envio de soldados mercenários e o Império Britânico estava totalmente desinteressado em dominá-lo nessa época. Quando mudou de ideia, apenas comunicou aos argentinos para se retirarem e retomou a posse sem problemas.
No caso da guerra de 1982, muitas vidas foram estúpidamente ceifadas em torno dessa aventura maluca dos militares argentinos.
Agora, a presidente Cristina Kirchner vem à público retomar essa reclamação e o governo Britânico esboça atenção, com manobras militares na região.
Todavia, agora enfim apareceu um motivo plausível, pois o governo britânico anunciou a descoberta de jazidas petrolíferas, portanto, a cobiça agora tem um motivo concreto.
E o que diz o povo das Falklands ? Em recentes dados revelados por institutos de pesquisa, a imensa maioria da população nem cogita deixar de ser britânica. Pelo contrário, os "Kelpers"como são conhecidos os nativos das Falklands, ironizam as pretensões dos argentinos.
Fala-se inglês em todo o território, a BBC é a TV mais vista, crianças jogam futebol nos campinhos usando camisetas dos times da Inglaterra e a diversão maior do povo, são os pubs, típicos britânicos.
Vox populi, vox dei ?
Falklands ou Malvinas ?
Um arquipélago remoto no extremo sul abaixo da linha do Equador, muito longe de tudo e perto do polo sul, formado por duas ilhas grandes e cerca de 700 ilhas minúsculas, é alvo de uma disputa territorial ferrenha há séculos.
Dominado pelos britânicos oficialmente desde 1833, as Ilhas Falkland são território de sua Majestade , a Rainha Elizabeth II e fim de papo para os britânicos. Mas não pensam assim os argentinos que as reclamam para si há séculos, desde sua independência da Espanha no século XIX.
Vamos aos fatos : Realmente essas ilhas tiveram muitos visitantes europeus ao longo dos tempos. Américo Vespúcio, comandante veneziano, foi o primeiro europeu a pisar nelas, mas o processo de colonização/anexação foi mudando de mão em mão, várias vezes.
Em princípio, espanhóis e britânicos dividiram o território entre seus respectivos reino e império. Os franceses também chegaram e abocanharam um pedaço, mas posteriormente venderam sua parte para a Espanha.
Mas tudo isso no campo meramente territorial, pois durante séculos, as Ilhas não passavam de lugares inóspitos com poucos habitantes, nenhuma infraestrutura e poucos colonos vivendo de uma parca criação de cabras, ovelhas e agricultura primitiva.
Isso sem contar anos e anos de total abandono, com nenhum "dono" se importando com o território.
Contudo, no avançar dos tempos a disputa acirrou-se, já com a República Argentina independente, reclamando seus direitos territoriais.
Em 1966 por exemplo, houve uma tentativa de invasão, prontamente rechaçada pelos britânicos.
Mas foi em 1982 que a temperatura esquentou de vez, com a infame Guerra das Malvinas, quando o governo ditatorial dos militares argentinos manipulou a opinião pública, de maneira a inflamar um sentimento de patriotismo descabido em torno de uma causa sem sentido.
Para que a Argentina quer a posse das Ilhas Malvinas ? Qual o critério para se julgar ser aquele arquipélago, seu território legítimo ? Seria a questão da proximidade geográfica ? O fato de ter governado aquelas ilhas num período de 13 anos (entre 1820 e 1833) ? Ora, a ocupação se deu por força do envio de soldados mercenários e o Império Britânico estava totalmente desinteressado em dominá-lo nessa época. Quando mudou de ideia, apenas comunicou aos argentinos para se retirarem e retomou a posse sem problemas.
No caso da guerra de 1982, muitas vidas foram estúpidamente ceifadas em torno dessa aventura maluca dos militares argentinos.
Agora, a presidente Cristina Kirchner vem à público retomar essa reclamação e o governo Britânico esboça atenção, com manobras militares na região.
Todavia, agora enfim apareceu um motivo plausível, pois o governo britânico anunciou a descoberta de jazidas petrolíferas, portanto, a cobiça agora tem um motivo concreto.
E o que diz o povo das Falklands ? Em recentes dados revelados por institutos de pesquisa, a imensa maioria da população nem cogita deixar de ser britânica. Pelo contrário, os "Kelpers"como são conhecidos os nativos das Falklands, ironizam as pretensões dos argentinos.
Fala-se inglês em todo o território, a BBC é a TV mais vista, crianças jogam futebol nos campinhos usando camisetas dos times da Inglaterra e a diversão maior do povo, são os pubs, típicos britânicos.
Vox populi, vox dei ?
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