quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sete Bilhões de Bocas Famintas.

Sete bilhões de bocas famintas,

Por Luiz Domingues.

 
Recentemente a mídia alardeou o nascimento de um bebê que foi arrolado como o ser humano de número sete bilhões, no planeta.

É fato concreto que a aceleração no processo demográfico, iniciou-se principalmente a partir do incremento da revolução industrial, em meados do século XVIII.

O economista britânico Thomas Malthus, desenvolveu sua famosa teoria nessa época, dando conta do crescimento geométrico da população, não acompanhar o crescimento aritmético dos recursos materiais para supri-la , em termos de comida e água potável.

Isso é o básico, claro, mas numa análise mais realista e adaptada ao século XXI, sabemos que só a comida e a bebida não suprem as necessidades de sete bilhões de pessoas.

A questão do equilíbrio econômico é muito preocupante, haja vista as convulsões sociais que temos observado (aqui mesmo no Planet Polêmica, já foi abordado o fenômeno do "ocupe Wall Street").

A insatisfação pelo colapso do capitalismo está chegando no seu limite máximo de tolerância, mas a perspectiva em torno de sua eventual derrocada, é sombria, pois não se trata de derrotar Wall Street como se derrubou o comunismo simbólicamente através do muro de Berlim em 1989. Não é tão simples assim.

A grande questão é : Como alimentar e hidratar sete bilhões de pessoas ? Como cuidar para que hajam meios de subsistência, empregos, sustentabilidade para esse contingente absurdo ?

Isso sem contar no bojo de necessidades a serem supridas. Além da comida e da água potável, existem as questões da moradia digna, saneamento básico, serviços públicos eficientes, diminuição dos indices poluentes, reciclagem, coibição de desperdício, saúde pública, erradicação de doenças e epidemias, lazer para não enlouquecer essa gente toda, esportes para gastarem sadiamente a energia e claro, educação, arte & cultura asseguradas...

Como garantir isso para sete bilhões de pessoas, se nunca na história da humanidade isso foi possível de ser provido e com um contingente humano muito menor (em 1959, haviam três bilhões de seres humanos respirando neste planeta...) ?

Em tempos de tantas tomadas de consciência em torno da ecologia, reciclagem e processos de sustentabilidade (sem contar na luta contra a poluição), será que ninguém coloca na pauta do dia a questão do controle da fertilidade ?

Ou seria algo políticamente incorreto de se ventilar ?

6 comentários:

  1. Por que tanta desigualdade social? Por que tanta violência? Por que cada dia que passa a natureza está gritando? Esse mundo está perdendo o controle, caro Luiz... Ótimo texto!!

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    1. Seus questionamentos tem muitos desdobramentos e consequentes explicações, Katia. Contudo, arrisco dizer que a ganância é um fator importante nessa desigualdade. Por um lado, o mundo pós-Revolução industrial se tornou agressivamente consumista para poder movimentar essa máquina de gerar e gastar dinheiro e por outro lado, os milhões de pessoas que ficam à margem desse consumo, frustram-se com essa exclusão e na base da violência, querem ter acesso. Daí a violência desenfreada.

      Obrigado por ler, elogiar e postar comentário !

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  2. Querido Luiz, passei boa parte da minha vida discutindo sua pergunta final. Inconformada com mães que abandonam seus filhos... porque tê-los? Com tantos meios de prevení-los! E a unica resposta que tive veio há pouco tempo, com o estudo espirita. Uma vida, uma alma não vem ao mundo por acaso e tão pouco carrega fardo maior do que possa suportar. Se cada ser humano fizesse a sua parte [pequena parte] creio que a situação melhoraria muito. Infelizmente neste mundo de provações, essas pessoas ainda vem para nos causar comoção e incitar nossa bondade. Nós dois sabemos que algo precisa ser feito... e todos também deveriam ter essa conciencia. Adorei suas palavras.

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    1. Pois é...

      Mais uma vez nos deparamos com essa realidade superior, onde de fato, quem tem que nascer e passar pela escola da vida, vem e pronto.

      Eu levo em consideração isso também, mas não me chocando com as correntes espiritualistas, mesmo porque me são simpáticas, penso que sob o ponto de vista estritamente material, sem levar em consideração o fator ação & reação, Karma etc, é possível ter planejamento familiar adequado aos meios sociais e não da forma desenfreada e fora de controle, onde milhões de pessoas são colocadas no mundo sem estrutura sócio-familiar alguma.

      De qualquer forma, é mesmo delicado opinar quando se tem essa visão espiritualizada, exatamente pelos fatores que você observou.

      Muito grato pelo comentário !!

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  3. O mundo ainda esta longe de ser um mundo evoluido, ainda estamos em processo de evolução, como melhorar a situação e ficar bom pra todo mundo na minha opinião só existe uma palavra AMOR qdo amarmos uns aos outros de verdade acaba a violencia, as desingualdades sociais, e todos trabalhar em beneficio de cuidar do planeta é possivel..mas ainda vai levar muito séculos... muito boa a matéria Luiz parabéns.

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    1. Mais ou menos seguindo a linha do comentário da leitora anterior e de minha consequente resposta, você, Yvonne, deu uma dica boa. Como diziam os Beatles, "Tudo o que você precisa é amor". No dia em que a humanidade der esse salto quântico e crístico de vibrar puro amor, cessam as dificuldades e sobra a abundância.


      Eu também acredito nessa força una e indivisível. Só que ainda acho-a distante, infelizmente.


      Sendo assim, no atual patamar em que se encontra a humanidade, medidas mais restritivas de convívio tem que ser tomadas, a fim de evitar o colapso.

      Obrigado pela atenção, Yvonne !

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