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sábado, 30 de março de 2013
Paul Robeson, um Homem Notável, Todavia Esquecido.
Paul Robeson, um Homem Notável, Todavia Esquecido
Texto de Luiz Domingues.
Não resta dúvida de que na cultura norte-americana dos anos cinquenta e sessenta, surgiram grandes ícones negros, principalmente nos esportes e nas artes.
Para que houvesse um Cassius Clay, muitos pugilistas brilharam antes e na mesma proporção, quando talentos dramatúrgicos como Harry Belafonte e Sidney Poitier explodiram nas telas de cinema, certamente foi fundamental que houvesse existido antes, Paul Robeson.
Quem ?
Pois é, se nem na América, onde a cultura popular costuma preservar seus ídolos, ele é muito lembrado, imagine se no Brasil alguém ouviu falar desse cidadão ?
Quem foi Paul Robeson , afinal de contas ?
Nascido em 1898, Paul LeRoy Bustill Robeson era descendente de Igbos, uma tribo nigeriana. Sim, seus antepassados chegaram na América como escravos.
Seu pai, era um pastor presbiteriano e sua mãe falecera quando ele tinha apenas seis anos de idade.
Contrariando o script social de extremo segregacionismo desses primeiros anos de século XX, Paul conseguiu concluir seu estudos da High Scholl (o ensino médio, no padrão americano) e foi aceito numa grande universidade, sendo registrado como o terceiro negro na história a frequentar e concluir um curso universitário.
Formou-se advogado pela Universidade de Columbia, uma das maiores universidades americanas e do mundo.
Paralelamente, destacava-se também nos esportes e rapidamente tornou-se o destaque do time de futebol americano da Universidade.
Esse destaque foi tão grande que após formado, tornou-se um jogador de futebol americano profissional, disputando a principal liga do país, e com o destaque de ser um grande craque nesse esporte.
Jogou nas equipes do Akron Pros e Milwaukee Badgers.
Não satisfeito em ser craque no futebol americano profissional, também jogou basquete e foi técnico desse esporte...
Mas havia também a verve artística dentro dele...
Cantor, ator e escritor de enorme talento nas três atividades, Paul Robeson destacou-se por ser um ator extraordinário que rapidamente saltou das montagens amadoras para os palcos da Broadway.
Atuando em diversas montagens, chamou a atenção a sua interpretação de Otelo, de Shakespeare. Com atuação muito elogiada, foi parar na Inglaterra onde impressionou nos palcos de Londres, interpretando Shakespeare para o público da terra desse autor genial.
E logo a sua voz extraordinária foi explorada e atuando em montagens musicais, seu potencial vocal foi exaltado.
Com voz de barítono, afinação perfeita e emissão estrondosa, Paul Robeson brilhou em musicais como por exemlpo, Porgy e Bess, de Ira Gershwin.
Não demorou e o cinema o convocou, primeiramente atuando em "O Imperador Jones", onde gerou muita polêmica o fato de seu personagem matar um homem branco na história.
Já em "Magnolia - Barco das Ilusões", uma adaptação do musical encenado com sucesso nos palcos da Broadway, sua interpretação visceral do clássico do Blues, "Old Man River", arrebatou multidões nas salas de cinema.
Voltando à Inglaterra, viveu por lá alguns anos e protagonizou mais de 10 filmes de produção britânica.
Voltando aos Estados Unidos, aproveitando sua fama como artista e ex-atleta bem sucedido, percebeu que poderia ser mais incisivo ao expressar suas opiniões políticas e protestar contra o vergonhoso segregacionismo contra os negros na sociedade.
Contudo, num ambiente de final de anos quarenta e início dos cinquenta, ainda não havia nenhum indício de que as coisas mudariam no país, trazendo o fim de tais diferenças sociais, tornando igualitários os direitos civis para as pessoas negras.
Concomitantemente, foi nessa época que floresceu o famigerado "Macartismo", liderado pelo reacionário e arbitrário senador Joseph McCarthy. Com métodos inspirados certamente em seus ídolos do Tribunal da Inquisição e da SS Nazista, McCarthy passava por cima ds direitos civis, ignorando a constituição e dessa forma, exercendo toda a pressão para forjar falsas confissões e afins.
Perseguindo artistas e intelectuais, principalmente, McCarthy viu em Paul Robeson, um prato suculento para a sua voracidade brutal.
Homem negro, artista e intelectualizado, culto e cultuado, falando em direitos iguais entre brancos e negros, virou um dos alvos de sua particular caça às bruxas.
Bastante atacado e perseguido, Paul Robeson viu sua carreira declinar, graças à perseguição e num momento onde a carreira musical havia virado o carro chefe de suas atividades, emendando sucessos e grande vendagem de discos.
Contudo, só em 1958 pode retomar sua carreira, livrando-se da perseguição do reacionário Mccarthy, mas nessa altura, havia perdido terreno artístico e já estava em fase de debilidade devido à problemas de saúde.
Sua última aparição pública ocorreu em 1965 e nos seus últimos tempos, preferiu aposentar-se, vindo a falecer em 1976.
Paul Robeson foi um artista de uma versatilidade incrível; atleta profissional de alto nível; um advogado culto e um ativista político de muita coragem, numa época onde defender ideais de igualdade, era muito perigoso na América.
Abriu caminho para que muitos outros talentos pudessem brilhar depois dele e caiu num inacreditável esquecimento, descabido a meu ver.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Mente Humana Sem Limites.
Mente Humana Sem Limites, texto de Luiz Domingues.
Há muito tempo a ciência vem empreendendo estudos sobre o funcionamento da mente humana.
Seja nos aspectos cerebrais e neurológicos, seja através do campo da paranormalidade, o fato é que avanços significativos são alcançados nas mais diversas pesquisas em curso, em inúmeras universidades importantes do mundo.
Não faz muito tempo, a USP, Universidade de São Paulo, anunciou avanços significativos no campo da comunicação telepática, envolvendo macacos. Uma experiência incrível nesse sentido, foi feita em conjunto com uma universidade chinesa.
Mais recentemente, a Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, anunciou avanços nessa área, com a possibilidade de revolucionar o uso de próteses para pessoas com dificuldades de locomoção e manipulação de objetos pelo uso dos membros superiores.
Usando a força do pensamento, uma mulher tetraplégica conseguiu comandar braços mecânicos, desenvolvendo uma série de tarefas manuais, com um aproveitamento espetacular.
Segundo os resultados de tal pesquisa, a mulher conseguiu usar seus braços mecânicos com a desenvoltura de membros naturais, com articulações perfeitas, mexendo braços, punhos e dedos e dessa forma, podendo agarrar e manipular diversos objetos.
Para que tal ação se concretizasse, os neurocientistas realizaram uma cirurgia para a implantação de eletrodos, conectados ao córtex.
Após essa fase cirúrgica, houve um período de treinamento de 13 semanas, mas segundo os cientistas, após dois dias apenas, a voluntária já conseguiu movimentar o braço mecânico.
Outra incrível constatação, deu-se quando perceberam que o braço mecânico não precisava estar acoplado ao corpo da voluntária, necessáriamente.
Mesmo à distância, a voluntária conseguia dar comandos mentais e o braço mecânico obedecê-la prontamente.
O grande diferencial, segundo os cientistas, se deve ao fato de se usar o algoritmo de um computador tradicional, mas mimetizando-o ao padrão cerebral humano.
Essa pesquisa revoluciona a questão do uso de próteses muito eficientemente para as pessoas com dificuldades motoras, sem dúvida, mas os cientistas querem mais e agora estão buscando meios dessas próteses terem a sensibilidade ao calor e frio, aproximando-os ao máximo da natureza humana.
Enquanto as pesquisas com células-tronco ainda sofrem com a burocracia e os preconceitos de pessoas comprometidas com paradigmas pseudo-éticos, ao menos nesse campo das próteses, avança, dando esperança de dias melhores para as pessoas que necessitam desse tipo de apoio.
E comemoramos sobretudo esse tipo de progresso no estudo da potencialidade mental do ser humano, pois sabemos que esse potencial é ilimitado e trata-se de mera questão de tempo para avanços ainda maiores virem à tona, com a comprovação científica de sua realidade.
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