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terça-feira, 28 de agosto de 2012
Trotes Estudantis, Até Quando ?
Trotes Estudantis, Até Quando ?
Na sociedade em que vivemos, a obsessão pelo dinheiro é o normal. Esse paradigma está tão solidificado, que todo o sistema educacional é centrado nesse valor básico.
Dessa forma, a pressão para que se tenha a melhor educação, tem como objetivo primordial a preparação para o mercado de trabalho e numa segunda ou terceira instância, o saber, razão nobre pela qual surgiram as academias na antiguidade e as universidades na idade média.
Posto isso, traço o paralelo dessa pressão por melhores colocações e certamente seria um dos fatores que explicam o porque da existência desse jogo de dominação, subjugação, sadismo, arrogância, prepotência etc etc.
Segundo dizem, a palavra "trote" seria mesmo uma alusão à relação homem-eqüino e nesse caso denotaria o "montar em cima", literalmente, como exercício de humilhação e dominação.
Alguns estudiosos sustentam a tese de que a palavra "Bixo", escrito com o "X" propositalmente, teria uma dupla função depreciativa : 1) Chamar alguém de bicho, animal, como forma de depreciação e 2) O "X" revelaria o estigma com o qual marcam os novatos para persegui-los até que uma nova turma entre na universidade e o ciclo se repita.
A manutenção desse status quo de bullying socialmente aceito, se perpetua, pois o oprimido de hoje, sente-se compelido a repetir o padrão, "descontando" no próximo novato e não passa na cabeça de ninguém, quebrar esse padrão idiota que ninguém nem sabe onde começou.
O circo romano de gladiadores um dia acabou, as rinhas de galos e as touradas hão de acabar um dia e por que essa imbecilidade do trote estudantil precisa existir ainda ?
Vejo defesa inflamada por parte de entusiastas dessa prática e a argumentação parece pífia, esbarrando no surrado argumento de que tal prática "integra" o novato à instituição e principalmente ao convívio com os veteranos.
Desculpe, mas não aceito tal argumentação pois mais parece uma mera manutenção de um padrão adquirido sem que haja nenhum sentido prático realmente plausível.
Por que ? Ora, não é possível receber a nova turma com um padrão diferente, com gentileza, respeito, boa educação ?
Se uma pessoa vem pela primeira vez à minha casa, devo-lhe aplicar um trote, com práticas humilhantes e quiçá sádicas, para que ela se sinta bem recebida, "integrada" ?
O que se vê na maioria dos casos, não tem nada de "integração". Vemos apenas cenas de extremo sadismo, humilhação, exploração etc. Isso sem contar as oportunidades que se abrem para constrangimentos de conotação sexual, principalmente com as meninas.
Acho desnecessário arrolar casos extremos de tragédias perpetradas pelos famigerados trotes. São públicos e notórios e estão nos noticiários policiais.
Só acrescento que há maneiras mais civilizadas de se recepcionar os calouros. Ou podem ser recebidos com festas e atividades culturais, ou mesmo com um caderno de encargos sociais a serem cumpridos, tais como, ajudar na limpeza pública, auxiliar pessoas carentes, doar sangue em hospitais etc.
E quem sabe, as duas coisas, numa semana inicial de atividades edificantes, coordenadas pelos veteranos.
Em suma, é um andar para a frente e deixar as práticas medievais para trás...
Texto de Luiz Domingues.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
O Paradoxo do Desperdício.
O Paradoxo do Desperdício
O Planeta Terra ultrapassou a marca de sete bilhões de seres humanos e um dos maiores desafios das autoridades de todos os governos é sem dúvida alimentar e hidratar todas essas pessoas.
Considerando que o número de animais e vegetais que também precisam de víveres é igual ou maior, pode-se afirmar que o desafio é dobrado ou mais que isso.
Por desequilíbrios da economia, políticas equivocadas e completa desarmonia social, o fato é que muitas nações passam por situação de penúria, com fome absoluta.
Claro, recebem muita ajuda internacional, Ong's abnegadas trabalham com afinco e sempre artistas com sensibilidade aguçada, estão promovendo campanhas beneficentes para minimizar tais efeitos etc e tal.
Contudo, mesmo com esses esforços, vemos pessoas morrendo dramáticamente por falta de alimentos e água.
Portanto, alguém poderia me dar alguma explicação plausível para o desperdício colossal de alimentos que existe no Brasil ?
Questão de meses atrás, tive um problema sério de doença em minha família e por cerca de 20 dias, frequentei diáriamente um hospital. Não pude deixar de reparar no desperdício inacreditável de comida que havia ali. Refeições intactas recusadas pelos enfermos, eram jogadas literalmente no lixo, mesmo embaladas herméticamente por empresas terceirizadas de fornecimento de alimentação.
Isso é apenas a ponta do iceberg.
Basta você ir à feira livre de qualquer cidade brasileira e verificar a quantidade absurda de frutas e verduras descartadas e jogadas no chão.
Outro dia vi um documentário de um canal de notícias da TV a cabo, onde um repórter levou um imigrante angolano radicado em São Paulo para um passeio numa feira livre.
O rapaz ficou atônito com a quantidade de comida descartada e não parava de dizer que não se conformava com a fartura e o descaso que via por aqui, acostumado à escassez de recursos em seu país de origem.
Numa rápida pesquisa de internet, os dados são alarmantes !
Segundo dados da Embrapa, o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo. Acrescento que tem potencial para ser o número um, se tantas distorções não ocorressem na nossa legislação rural, com normas de cultivo e posse de terra, muito falhas; reservas indígenas absurdas; latifúndios improdutivos etc etc.
Nesse contexto, cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano, o que resulta numa média diária de 39 mil toneladas.
Segundo vi numa pesquisa do Instituto Akatu, aproximadamente 64% do que se planta no Brasil, é jogado no lixo.
20% estraga na própria colheita; 8% no transporte e armazenamento; 15% na indústria de processamento; 1% no varejo e 20% no processo culinário e por maus hábitos culturais.
Isso daria para alimentar 500 mil famílias. Preciso falar mais ?
Texto de Luiz Domingues.
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